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DIVULGAÇÃO/ABC
Chandra Wilson em Grey's Anatomy; série teve caso de racismo envolvendo a polícia em set
Um motorista da Disney abriu um processo contra o Departamento de Polícia de Los Angeles (EUA) após sofrer racismo em uma abordagem policial realizada dentro do set de Grey's Anatomy. A vítima cobra dos acusados cerca de US$ 20 milhões (R$ 100 milhões, na cotação atual).
O caso ocorreu na região de Tarzana, na Califórnia, em março de 2021. A vítima do incidente é Ernest Simon Jr., funcionário negro da Disney que trabalha como motorista no set do drama médico. Na ocasião, ele dirigia uma van durante as gravações da série quando foi abordado por dois policiais.
"Um dia comum de trabalho foi estragado quando Mr. Simon --homem afro-americano de 31 anos-- foi parado por dos policiais do departamento de Los Angeles que, sem qualquer justificativa legal, iniciaram uma abordagem de alto risco motivada por questões raciais", diz o texto do processo.
De acordo com a vítima, o incidente o ocorreu na frente de outros membros da produção de Grey's Anatomy. As testemunhas viram os dois policiais abordarem Simon com armas em punho e acusando-o de estar dirigindo uma van roubada.
O documento aponta que um segurança e outras pessoas envolvidas com a produção da série informaram às autoridades que Simon era um colega de trabalho, e que a van havia sido alugada pela Disney --Grey's Anatomy é produzida pelo ABC Signature, braço televisivo da empresa do Mickey. Os policiais, no entanto, teriam ignorado os apelos de outros funcionários negros que saíram em defesa da vítima.
"Os policiais, então, forçaram Simon a ficar deitado de bruços em um estacionamento de asfalto sob a mira de uma arma por mais de 20 minutos, usando uma demonstração de força esmagadora e injustificada contra ele, o que causou legitimamente (e de forma compreensível) o medo de ser baleado em seu local de trabalho e na frente de seus colegas por simplesmente ser um homem negro no bairro errado", continua o texto escrito pela equipe jurídica da vítima.
O texto ainda informa que os policiais só encerraram a abordagem injustificada quando outro funcionário da produção, desta vez um homem branco, reiterou que Simon, além de outros dois colegas pretos que saíram em sua defesa, estavam lá à serviço da Disney e que a van era alugada.
"Apenas após ouvirem o colega branco de Simon, os policiais da defesa finalmente o soltaram da custódia", conclui o texto do processo.
O caso chamou a atenção de Shonda Rhimes, mulher negra e criadora de Grey's Anatomy, que saiu em defesa da vítima em comunicado. "O que aconteceu com Simon foi além do inaceitável. Foi outro exemplo de nosso sistema falho que coloca vidas valiosas em risco e machuca seus espíritos. A Shondaland [produtora] apoia as reclamações de Simon e sua família".
Após a repercussão do caso, a ABC Signature também se manifestou por comunicado oficial para defender o funcionário da Disney.
"Em 18 de março do ano passado, Simon, um membro de nossa equipe de transporte, foi parado por policiais de Los Angeles enquanto trabalhava, removido grosseiramente de seu veículo e tratado de maneira excessivamente agressiva e inadequada. Apresentamos uma solicitação formal ao departamento para abrir investigação imediata sobre o assunto e para que as medidas apropriadas fossem tomadas imediatamente. Ficamos desapontados ao saber que nenhuma ação foi tomada e apoiamos Simon em sua reclamação."
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