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WALKER

Ex-Supernatural mira em Chuck Norris, mas acerta em novelão com nova série

Divulgação/The CW

Jared Padalecki com chapéu de caubói em cena de Walker

Jared Padalecki como o protagonista de Walker; série mostrou falta de tom no primeiro episódio

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 31/1/2021 - 6h50

Poucos meses após se despedir de Sam Winchester em Supernatural (2005-2020), Jared Padalecki retorna em Walker, série da rede The CW que serve como reboot de Walker, Texas Ranger (1993-2001), produção estrelada pelo astro de ação Chuck Norris. A tentativa de igualar o estilo "herói machão" dos anos 1990, no entanto, dá lugar a um dramalhão característico das novelas brasileiras, conhecidas por narrativas com forte apelo emocional.

Disposto a seguir carreira solo após 327 episódios dividindo os holofotes com Jensen Ackles, Padalecki resgata o chapéu de caubói eternizado por Norris para "ressuscitar" Cordell Walker, oficial da força-policial norte-americana conhecida por Texas Rangers.

A premissa da série que estreou no último dia 21 é básica. Cordell tem um casamento saudável, é pai de dois filhos adolescentes e competente como agente da lei. Mas tudo vai por água abaixo logo nos primeiros minutos, quando a mulher do protagonista, Emily Walker (Genevieve Padalecki, casada com Jared na vida real) é brutalmente assassinada.

Para assimilar a dor do luto, Walker aceita a missão de trabalhar infiltrado durante 10 meses, deixando os filhos Stella (Violet Brinson) e August (Kale Culley) sob os cuidados dos avós.

Terminado o trabalho, o policial retorna para a sua casa em Austin, no Texas, ainda em negação pela morte de Emily, mas é obrigado a enfrentar a realidade quando encontra Stella mais rebelde. Ele ainda conhece sua nova parceira, Micki Ramirez (Lindsey Morgan), uma das únicas mulheres na equipe dos Texas Rangers.

Como se trata de um remake, é natural que os fãs da série original esperem algo mais parecido com o legado deixado por Chuck Norris. Walker, porém, pouco bebe de sua fonte e mais se assemelha a produções como Gilmore Girls (que também tinha Padalecki no elenco) ou qualquer outro drama familiar atualmente em exibição nas emissoras norte-americanas.

A tentativa de colocar Padalecki como astro de ação solo parece errada, quase risível, para quem assiste ao episódio piloto do começo ao fim. Nada ali faz justiça à reputação de Cordell como um ótimo agente que segue pouco as regras. Em termos de comparação, o protagonista se assemelha mais ao Dean Winchester de Jensen Ackles, irônico e sínico, do que à versão de Walker eternizada por Chuck Norris.

DIVULGAÇÃO/THE CW

Cordell Walker abraça sua filha Stella

Início acelerado e falta de tom

Muitos dos problemas de Walker estão na tentativa da showrunner Anna Fricke de entregar tudo o que pretende abordar na série logo no episódio piloto. A história avança com uma velocidade que é incapaz de tornar o personagem de Walker amistoso, mesmo com a dor do luto da morte de sua mulher.

O meio termo entre série policial e drama familiar acaba impedindo que o revival encontre, pelo menos neste início, o tom que deverá seguir ao longo dos próximos capítulos.

A falta de clareza sobre o que, de fato, Walker quer dizer afeta demais o trabalho de Padalecki. Após os 47 minutos iniciais da série, não fica claro se o protagonista é um paizão convicto, um policial destemido ou apenas um cínico bom no que faz. Qualquer uma das escolhas não seria uma aposta ruim, mas é preciso entender o caminho a ser seguido para que o ator se encontre no personagem.

Feita a escolha do tom da série, é capaz que Walker prossiga sem grandes dificuldades. O lado policial da trama apresenta potencial, com o mistério da verdade sobre a morte de Emily percorrendo a trama enquanto Cordell e Micki investigam o famoso caso da semana. Entre tantas falhas, a dinâmica entre Padalecki e Lindsey é um dos pontos positivos do piloto.

Os erros apresentados na estreia, porém, não afastaram os curiosos que queriam ver o novo trabalho do ator. A exibição do primeiro episódio bateu recordes na The CW, tornando-se a maior estreia da rede nos últimos cinco anos, com 2,43 milhões de pessoas assistindo. O segundo capítulo, que foi ao ar na quinta (28), manteve os bons números e alcançou os 2,1 milhões.

O reboot de Walker é exibido nos EUA todas às quintas, ainda sem a confirmação da encomenda de uma temporada inteira. Assista ao trailer abaixo:


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