Ex-produtor de Law & Order: SVU pinta cenário devastador para a TV durante greve

A greve dos roteiristas de Hollywood completa 100 dias nesta quarta-feira (9), e o cenário é desolador. Sem perspectiva de a paralisação acabar tão cedo, é provável que a temporada 2023-2024 seja jogada no lixo. A previsão trágica foi feita por Warren Leight, ex-showrunner da série Law & Order: SVU e que ocupa posição de destaque nos piquetes dos escritores.

"Nesta terça-feira [8], muitas séries de drama começariam a gravar o quarto episódio de sua próxima temporada", escreveu Leight em seu perfil no Twitter. "Se a greve, de alguma maneira, acabasse até o Dia do Trabalho [celebrado nos EUA em 4 de setembro], e as gravações começassem no início do outono, as redes de TV poderiam talvez salvar uma temporada de 13 episódios."

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Tradicionalmente, séries da TV aberta norte-americana produzem 22 episódios por temporada. Para estrear uma nova leva de capítulos na chamada fall season, entre setembro e outubro, as gravações precisam começar no início de julho. Já os roteiristas iniciam seus trabalhos cinco semanas antes, no fim de maio. Ou seja: a greve já atrasou a produção em quase três meses.

O cenário fica ainda mais trágico porque, na última sexta (4), representantes dos sindicato dos roteiristas e dos produtores se reuniram pela primeira vez em semanas para tentar avançar em um acordo. Mas o encontro não conseguiu aproximar as duas partes: pelo contrário, as afastou.

Segundo os escritores, ficou claro que os executivos não estão dispostos a diminuir os seus lucros para que todos tenham condições de levar uma vida melhor. Ou seja, até a possibilidade de que todos voltem ao trabalho antes do feriado de 4 de setembro parece pouco provável.

Depois dos roteiristas, os atores também entraram em greve em 14 de julho. Com isso, até séries e filmes que já tinham seus roteiros finalizados precisaram parar. As principais exigências das duas categorias giram em torno da utilização de ferramentas de inteligência artificial para substituir o trabalho humano e da remuneração em trabalhos para o streaming. 

Antigamente, equipes de filmes e séries ganhavam os chamados residuais, direitos autorais e de imagem, toda vez que a produção era exibida na TV. No streaming, esse cálculo é mais complexo, já que não há uma grade pré-definida e cada um pode ver o que desejar, na hora que quiser.