Ator de Empire
Divulgação/Fox
Jussie Smollett na 5ª temporada de Empire; carreira do ator pode desmoronar após suspeita de forjar ataque
REDAÇÃO
Publicado em 20/2/2019 - 13h33
A carreira de Jussie Smollett, 36 anos, corre risco de desmoronar. O ator de Empire passa por uma tremenda de uma confusão após virar suspeito em um caso que, em um primeiro momento, era vítima. Sua imagem está arranhada e, para um profissional de Relações Públicas ouvido pela Variety, só há uma coisa que Smollett pode fazer: "Rezar, e rezar muito".
Ronn Torossian, fundador da 5W Public Relations, uma firma de Nova York que cuida da imagem de marcas bem conhecidas, foi direto ao comentar o caso: "Se ele inventou tudo, terá sérios problemas com a lei e com a opinião pública".
Smollett, um dos protagonistas de Empire, virou notícia há três semanas após reportar um crime. Ele disse que foi agredido por dois homens, que segundo o ator o xingaram de "faggot" e "nigger", dois adjetivos considerados extremamentes homofóbicos e racistas, enquanto o chutavam.
O ataque, primeiramente tratado pela imprensa como um crime de ódio, teria ocorrido no último dia 29, às 2h, na cidade de Chicago. A polícia local passou a investigar o caso e prendeu dois irmãos nigerianos na semana passada, mas eles foram soltos dois dias depois sem qualquer acusação.
Foi aí que o jogo virou. A CNN trouxe uma notícia bombástica no último sábado (16). Citando fontes envolvidas com o caso, o canal de notícias revelou que Smollett teria pago os dois irmãos para que o agredissem.
A polícia quer ouvir Smollett novamente, para reconstruir o caso. O site TMZ, que está em cima desse escândalo, usou uma ótima expressão para definir a situação do ator. Em um possível reencontro, Smollett precisará "tirar um coelho da cartola" para não ser acusado de perjúrio (crime de falso testemunho ou falsa acusação).
Se for comprovado que o ator mentiu, ele pode ser acusado de um crime grave de nível quatro, no Estado de Illinois, e encarar uma possível sentença de um a três anos de prisão. Smollett também teria de arcar com os custos da polícia de Chicago nessa investigação.
Por ser um caso de grande repercussão, o ex-promotor Andrew Wesiberg disse para a Variety que os advogados de acusação vão "cair matando" em cima de Smollett, pois "todo mundo está assistindo". Isso pesa contra o ator, pois se acabarem descobrindo que ele mentiu, os promotores do caso não vão ceder em nada.
Em um possível julgamento, os advogados de Smollett poderiam forçar uma punição pequena, como uma má conduta, o que evitaria sua prisão. Mas um pedido desse tipo seria difícil de se concretizar, porque Smollett já tem ficha criminal, com três desvios de conduta, incluindo mentir para a polícia, dizendo ser outra pessoa, quando foi flagrado dirigindo sob influência, em 2007.
FBI e perdão
Preso ou não, Smollett terá que encarar uma jornada de penitência. Não irá apagar o erro cometido, mas ajudará a amenizar. "Ele precisa pedir desculpas, e dar um depoimento sobre o que aconteceu ao invés de deixar fatos vazarem pela imprensa", disse Richard Levick, presidente e diretor-executivo da empresa de relações públicas Levick, em entrevista para a Variety. "Se ele mentiu, não há desculpas, mas talvez haja algumas explicações."
Smollett já sofre consequências desse caso. Sua presença na reta final da quinta temporada de Empire foi reduzida. Ele teria nove cenas e um musical no penúltimo episódio, que está sendo filmado em Chicago. Ele perdeu cinco cenas e o musical.
O que prejudica ainda mais Smollett é a entrada do FBI, a polícia federal norte-americana, no caso. Desde terça (19), os agentes federais estão investigando a origem de uma carta que o ator recebeu sete dias antes do suposto ataque.
A tal carta, enviada aos estúdios de Empire como se fosse uma ameaça ao ator, veio com um slogan de Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, que diz "Faça a América Grande Novamente" e um pó branco (aspirina). O FBI quer saber se foi o próprio Smollett que fabricou a carta e a enviou para si mesmo.
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