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Investigação policial

Ataque de ódio ou armação? Entenda o caso Jussie Smollett, ator gay de Empire

Divulgação/Fox

O ator Jussie Smollett na quinta temporada de Empire; ele interpreta um cantor gay no drama da Fox - Divulgação/Fox

O ator Jussie Smollett na quinta temporada de Empire; ele interpreta um cantor gay no drama da Fox

JOÃO DA PAZ

Publicado em 19/2/2019 - 5h20

Há três semanas, Hollywood se uniu em solidariedade a Jussie Smollett, ator gay de Empire que foi parar no hospital após ser atacado por dois homens, na madrugada do último dia 29, em Chicago. Após a polícia local prender dois homens e soltá-los sem qualquer acusação, a suspeita agora é que o próprio ator teria armado a agressão.

Tratado por detetives como Caso Empire, o ataque a Smollett, de 36 anos, ganha mais reviravoltas do que a própria série, um novelão da melhor espécie. A novidade mais recente se deu no fim de semana.

Dizendo ter em mãos novas evidências, a polícia liberou os irmãos nigerianos Olabinjo e Abimbola Osundair na sexta-feira (15). No dia seguinte, o porta-voz da polícia, Anthony Guglielmi, informou que o ator será procurado para uma nova entrevista, mas sem especificar o motivo do interrogatório.

Especulações na imprensa tentam jogar alguma luz nesse caso. As afiliadas de Chicago das redes CBS e ABC estão com tudo em cima dessa história. Elas informaram que Smollett teria algum envolvimento no próprio ataque e que seu personagem em Empire, o cantor gay Jamal Lyon, estaria de saída do drama.

Mas a denúncia de maior peso veio da prestigiada CNN e caiu como uma bomba. O canal informou, usando fontes de dentro da polícia, que Smollett teria pago os dois irmãos nigerianos para que o agredissem. O ator foi enforcado com uma corda, sofreu chutes e pontapés e teve o corpo coberto por alvejante. Smollett foi parar no hospital. Ele estava a caminho de uma lanchonete Subway às 2h da manhã.

Assim que a notícia repercutiu na imprensa, dezenas de celebridades condenaram o ataque e demonstraram apoio ao ator, no que parecia ser um ataque de ódio, por ele ser negro e gay. Da produtora Shonda Rhimes à cantora Ariana Grande, inúmeros famosos vieram a público repudiar esse tipo de violência. Assim que a notícia de armação ganhou força, as vozes a favor de Smollett se calaram.

A polícia descobriu que Olabinjo e Abimbola Osundair já foram próximos de Smollett. Sem especificar quem, os detetives disseram que um deles atuou como figurante em Empire e o outro foi personal trainer do ator. A CNN conseguiu um vídeo que mostra a dupla comprando em uma loja de ferramentas a corda usada no ataque.

Ontem (18), os irmãos se pronunciaram pela primeira vez sobre o caso. Em depoimento para a CBS Chicago, eles foram taxativos: "Não somos racistas. Não somos homofóbicos e não somos anti-Trump". A advogada deles, Gloria Schmidt, disse que seus clientes "são honestos e confiáveis."

Conspiração
Teóricos da conspiração dizem que o ator queria tal exposição para chamar a atenção do público norte-americano (e agora, do mundo todo) para a violência contra um negro gay e, de tabela, deixar a entender que é importante ter um personagem assim em uma série popular. Forçaria, assim, sua permanência em Empire, o terceiro drama de maior audiência na TV aberta americana entre os adultos (18-49 anos), atrás apenas de Grey's Anatomy e This Is Us.

O bafafá de que Smollett estaria para sair de Empire foi desmentido pelos criadores da série, Danny Strong e Lee Daniels.

Fato é que algum protagonista deixará a série no fim da quinta temporada, só não se sabe quem. Desde o primeiro episódio da atual temporada, uma cena do futuro mostra o patriarca da família Lyon, o magnata Lucious (Terrence Howard), junto de um caixão branco. Somente no último episódio da temporada será revelado quem está lá dentro.

reprodução/abc

Em entrevista para a rede ABC, o ator Jussie Smollett abriu o coração ao relembrar ataque

Furo no segundo encontro
Na última segunda (18), os advogados de Smollett, Todd S. Pugh e Victor P. Henderson, divulgaram uma nota reafirmando que o ator não irá dar uma nova entrevista para a polícia, mas que eles continuarão conversando com os detetives, como representantes do seu cliente. A polícia quer reencontrar Smollett para reconstruir a noite do suposto crime.

Em entrevista ao programa matinal Good Morning America, na semana passada, o ator contou que os agressores o xingaram de "faggot" e "nigger", dois adjetivos considerados extremamentes homofóbicos e racistas, enquanto o chutavam. Segundo o ator, eles foram embora bradando apoio ao presidente Donald Trump.

"Se eu tivesse dito que tinha sido atacado por algum mexicano ou muçulmano, acredito que teria recebido muito mais apoio", lamentou Smollett.

Na série Empire, ele interpreta um dos personagens mais importantes do drama, Jamal Lyon, herdeiro da gravadora Empire. A história do personagem é contada desde a infância, com flashbacks que mostram como ele era maltratado pelo pai, Lucious, por ser gay. Um dos pontos altos da trama é o momento em que o personagem assume sua homossexualidade.

No Brasil, Empire é transmitida pela Globo e pelo canal Fox Premium 1. A parte final da quinta temporada retorna no próximo dia 13, nos Estados Unidos.

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