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THE POLITICIAN

Em época de Trump e Bolsonaro, Netflix escancara sujeira da política

Adam Rose/Netflix

O ator Ben Platt em palanque durante discurso na série The Politician, da Netflix

Ator premiado no teatro norte-americano, Ben Platt é o protagonista de The Politician, nova série da Netflix

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 27/9/2019 - 5h02

Em uma época em que a política é vista com desconfiança pela população, com nomes como Donald Trump, Jair Bolsonaro e Boris Johnson no poder, a Netflix escancara a sujeira da democracia na série The Politician, que chega à plataforma nesta sexta (27). No lugar de dramas na Casa Branca, a atração mostra uma inusitada disputa pela presidência do grêmio estudantil de um colégio norte-americano.

O político que dá nome à série é Payton Hobart (Ben Platt, astro da Broadway), um jovem ambicioso que sonha ser presidente dos Estados Unidos e sabe que, para chegar lá, precisa construir uma carreira política vitoriosa desde cedo. E isso inclui ser eleito o representante dos estudantes na escola Saint Sebastian.

Payton é surpreendido com o anúncio de seu concorrente pelo posto: o popular River (David Corenswet), com o qual tem uma relação mal resolvida. Mas o jogador de lacrosse não tem nenhuma pretensão política, e apenas decide participar da disputa a pedido da namorada, Astrid (Lucy Boynton), grande rival do protagonista.

A eleição se transforma em um verdadeiro show de horrores, que envolve tentativas de assassinato, sequestros, denúncias, acusações, fake news, traições, flertes e as maiores baixarias para conquistar cada voto do colégio. Qualquer semelhança com a política da vida real não é mera coincidência...

Na luta pelo cargo, vale até escalar uma vice-presidente com história engajadora: enquanto River aposta em Skye (Rahne Jones), negra, de sexualidade fluida e contra o sistema, Payton investe em Infinity (Zoey Deutch), menina diagnosticada com câncer terminal que comove todos à sua volta ao encarar a vida como um presente.

divulgação/netflix

Infinity (Zoey Deutch, na cama) e sua avó Dusty (Jessica Lange): nem tudo é o que parece ser


Volta ao humor

The Politician é uma criação da trinca Ryan Murphy, Brad Falchuk e Ian Murphy, a mesma que esteve por trás da premiada comédia musical Glee (2009-2015). Em sua estreia na Netflix, Murphy deixa para trás o drama pesado de séries como Pose e American Crime Story e o terror de American Horror Story e volta para a comédia, com críticas nada sutis à cultura de celebridades e à alta sociedade.

Afiado, o roteirista brinca até mesmo com o escândalo de famosas como Felicity Huffman e Lori Loughlin, que pagaram subornos para seus filhos serem admitidos em faculdades prestigiadas nos Estados Unidos.

Em uma cena rápida, Payton reclama que não foi aceito em Harvard, mesma universidade que abriu as portas para seus irmãos mais velhos, dois gêmeos pouco inteligentes, e sua mãe adotiva (Gwyneth Paltrow, vencedora do Oscar) responde que os filhos só entraram na instituição porque ela comprou as vagas deles.

Também chama a atenção o elenco de primeira linha que Murphy reuniu em The Politician, com muitos nomes que já participaram de outras atrações dele. Além de Gwyneth, merecem destaque Jessica Lange (de Feud), Bette Midler (indicada ao Oscar por A Rosa), Judith Light (Transparent), Dylan McDermott (American Horror Story), January Jones (Mad Men) e Jackie Hoffman (Feud).

Fãs de Ryan Murphy, porém, já devem estar cientes de que suas criações podem rapidamente sair dos eixos --Glee que o diga. E The Politician segue a linha dos trabalhos anteriores do produtor: em alguns momentos, os personagens têm suas identidades sacrificadas por completo só pelo choque gratuito e pela reviravolta.

No fim, os oito episódios da primeira temporada da série têm um saldo positivo, e os ganchos armados para a próxima leva de episódios (a atração foi renovada para o segundo ano antes mesmo da estreia) prometem ser ainda mais interessantes. Resta saber se o panorama político daqui a um ano permitirá as mesmas piadas.

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