Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

ALÉM DO PORTA DOS FUNDOS

Deus beberrão e Jesus maconheiro: Sete vezes em que a fé gerou polêmica

Reprodução/TBS e Adult Swim

Montagem com os atores Steve Buscemi na série Miracle Workers, e Gerald Johnson em Black Jesus; o primeiro segura uma cerveja, e o segundo fuma um cigarro de maconha

Steve Buscemi como o Deus bêbado de Miracle Workers, e Gerald Johnson como o maconhado Black Jesus

JOÃO DA PAZ e LUCIANO GUARALDO

Publicado em 11/1/2020 - 5h16

Lançado em dezembro pela Netflix, o especial A Última Tentação de Cristo gerou polêmica com religiosos brasileiros por apresentar Jesus (Gregorio Duvivier) como um homossexual que se apaixonou por Orlando (Fábio Porchat) durante os 40 dias que passou no deserto. O humorístico do Porta dos Fundos quase foi censurado pela Justiça e só segue no ar por uma decisão do Supremo Tribunal Federal.

Não é a primeira vez, no entanto, que abordagens pouco usuais da fé por produtores de TV rendem controvérsia. Em comédias dos Estados Unidos, Deus foi apresentado como um beberrão desapontado com a humanidade, e Jesus já surgiu tanto como um maconheiro que ouve hip-hop quanto alguém que transou antes da Santa Ceia.

Já no Brasil, a mesma Netflix lançou uma comédia em que anjos seguiam regras para não serem punidos por Deus, mas acabam descobrindo que aquele que acreditavam ser o Todo-Poderoso era apenas um hamster em sua rodinha.

As polêmicas não se restringem a Deus e Jesus nem tampouco às séries de comédia. Na dramática Messiah, a CIA precisa investigar um homem no Oriente Médio que se apresenta como a segunda vinda de Cristo, mas pode não passar de um grande golpista. E na minissérie Young Pope, o papa é alcoólatra e ateu.

Confira sete séries que causaram polêmica com religiosos até mesmo antes do especial de fim de ano do Porta dos Fundos --e não foram censuradas por isso:

divulgação/adult swim

Rapper e ator, Gerald "Slink" Johnson interpreta um Jesus que se muda para um bairro carente


Black Jesus, com Cristo maconheiro

O Adult Swim, bloco adulto do Cartoon Network, gerou polêmica em 2014 ao lançar Black Jesus, comédia sobre um Jesus negro (interpretado pelo rapper Gerald "Slink" Johnson) que volta à Terra em pleno século 21 e vai morar em Compton, um bairro pobre de Los Angeles de onde saíram grandes nomes do hip-hop. No novo lar, o filho de Deus fuma maconha e se mistura ao locais para propagar ensinamentos bíblicos.

divulgação/Tbs

Vencedor do Emmy e do Globo de Ouro, Steve Buscemi faz um Deus cansado de sua posição


Miracle Workers, com Deus bêbado

Na comédia Miracle Workers, cuja segunda temporada estreia dia 28 nos EUA, Steve Buscemi interpreta Deus. Só que o criador está cansado de se decepcionar com a humanidade e simplesmente larga mão de tudo, preferindo encher a cara e dar mais atenção a seus hobbies. Cabe aos anjos Craig (Daniel Radcliffe) e Eliza (Geraldine Viswanathan) a tarefa de tentar salvar a Terra da destruição.

reprodução/netflix

Victor Lamoglia (ao centro) segura o hamster responsável por cumprir as funções de Deus


Ninguém Tá Olhando, com hamster divino

A comédia brasileira Ninguém Tá Olhando, lançada pela Netflix no ano passado, mostra como um anjo rebelde (vivido por Victor Lamoglia) começa a infringir todas as regras sem nenhuma repercussão. Disposto a descobrir por que não é punido por Deus, ele invade a sala do Todo-Poderoso e se depara com... um hamster, que apenas girava sua rodinha para manter a máquina do planeta em funcionamento.

reprodução/comedy central

Jesus apresenta um programa estilo Casos de Família em episódio do desenho South Park


South Park, com Jesus Goldschmidt

Ao longo de 23 temporadas, South Park já fez piada com tudo e com todos, sem poupar nenhuma religião. Jesus é um personagem recorrente, apresentador de um programa na TV local. Mas, em um episódio do segundo ano, quando a audiência de seu talk show começou a ser ameaçada, o filho de Deus transformou a atração em uma espécie de Casos de Família, com barracos, brigas e quebras de cadeira que deixariam até Márcia Goldschmidt e Ratinho envergonhados.

divulgação/netflix

O belga Mehdi Dehbi interpreta um homem que se apresenta como a reencarnação de Jesus


Messiah, com Jesus árabe

Antes mesmo de ser lançada pela Netflix, Messiah já gerava polêmica: na série, um homem iraniano e com aparência árabe se anuncia como a segunda vinda de Cristo. Alguns desconfiam, porém, que ele seja um farsante, ou até mesmo o Anticristo. A premissa irritou tanto muçulmanos quanto cristãos, e o governo da Jordânia, onde parte da atração foi gravada, pediu para que a plataforma não disponibilizasse o programa por lá, para evitar "a violação da santidade sagrada que é a religião".

divulgação/amc

O cantor e ator Tyson Ritter interpretou Jesus e um descendente de Cristo na série Preacher


Preacher, em que Jesus faz sexo

Preacher (2016-2019) era controversa por si só, já que o protagonista é uma mistura de anjo e demônio, fumante e bêbado. Mas os produtores foram além e, em 2017, colocaram Jesus (Tyson Ritter) fazendo sexo antes da Santa Ceia, para procriar e deixar na Terra sua linhagem. A repercussão negativa foi forte, e o canal Fox News partiu para o ataque. Mas nem por isso o canal AMC cancelou a série, que chegou ao fim após encerrar sua terceira temporada no ano passado.

reprodução/hbo

Jude Law fuma e joga sinuca na pele do cardeal Lenny Benardo, que se torna o papa Pio 13


The Young Pope, com papa fumante e ateu

Um papa pode ser ateu? Para os canais HBO (EUA), Sky Atlantic (Reino Unido) e Canal+ (França), pode. Na minissérie The Young Pope (2016), o britânico Jude Law interpretou o cardeal norte-americano Lenny Benardo, que é escolhido para ocupar a posição de líder máximo da Igreja Católica e acaba revelando posições controversas, como duvidar da existência de Deus, se achar mais belo do que Cristo, fumar muito e jogar sinuca como se estivesse em um boteco de esquina.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.