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Estreia nesta quinta

De espeto no peito a milícia: O que vai rolar na última temporada de Sob Pressão

Fotos: Raquel Cunha/ TV Globo

Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) em cena do primeiro episódio da nova temporada - Fotos: Raquel Cunha/ TV Globo

Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) em cena do primeiro episódio da nova temporada

MÁRCIA PEREIRA, no Rio de Janeiro

Publicado em 2/5/2019 - 3h55

Sob Pressão volta ao ar nesta quinta (2) no auge, mas com sua "morte" já anunciada. É a terceira e última temporada. A estreia traz o drama de um menino com um espeto de churrasco cravado no peito. Já o último episódio terá o hospital invadido pela milícia e tiros serão disparados para todos os lados. Para completar, o casal de médicos protagonistas enfrentará um conflito que poderá separá-los de vez.

Com o fechamento do Macedão, o hospital que foi cenário das duas primeiras temporadas, Carolina (Marjorie Estiano) e Evandro (Julio Andrade) surgem trabalhando no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). O caos provocado pela greve dos caminhoneiros no ano passado é o pano de fundo do primeiro episódio.

Sem combustível, a já precária situação dos hospitais públicos fica ainda pior. A criança com espeto no peito precisa ser operada, mas não encontra vaga. Carolina e Evandro obrigam Décio (Bruno Garcia) a reabrir o centro cirúrgico do local em que ele está atuando: o Hospital São Tomé Apóstolo.

O procedimento no menino é bem-sucedido, e irmã Graça (Joana Fomm) convida a dupla para reerguer o atendimento no local. É assim que a equipe de médicos do seriado ganha integrantes, como a infectologista Vera (Drica Moraes).

Realidade crua

Sob Pressão é dramaturgia calcada na realidade. O redator-final da série, Lucas Paraizo, explica que o caso do menino com espeto foi tirado do noticiário e que cada episódio é pensado como pequenos retratos do país. 

"Todos os temas mesmo que fora do hospital estão levando para hospital. Não falamos da greve dos caminhoneiros pela perspectiva política, a gente está falando de como isso atinge a saúde. A gente não faz só entretenimento. É um projeto conceituado para pensar e discutir a questão da saúde pública", diz Paraizo.

Diretor artístico do programa, Andrucha Waddington conta que do filme, que deu origem à série, para a terceira temporada sua equipe encontrou o "tom que a orquestra toca". "O ano passado foi um ano inteiro de Sob Pressão. Fazemos um episódio a cada duas semanas, e a linguagem foi evoluindo naturalmente", comenta.

Julio Andrade, além de atuar, estreia como diretor nos dois últimos episódios da série

Julio Andrade, por exemplo, estreia como diretor nos dois últimos episódios desta temporada, sendo que um deles foi gravado em três planos-sequências. "Não tem nenhum corte, somente os dos breaks comerciais. Eram seis, sete, oito horas de ensaios. Tinha o Julinho dirigindo de dentro da cena, e eu no vídeo. A gente fez um bate-bola muito interessante", conta Waddington.

Filho e traição

O grande antagonista da história é a saúde pública falida do país, mas os dramas pessoas dos personagens são ricos, tanto dos médicos como dos pacientes que aparecem a cada episódio.

Entre as histórias anunciadas, está o desejo de Evandro de ter um filho, só que Carolina teme ser mãe. "Ela tem uma relação de trauma com a infância muito forte e tem medo, não só de ser uma boa mãe, mas também da maternidade afetar seu trabalho, que é a coisa na qual ela mais se agarrou para conseguir sobreviver", adianta Paraizo.

Durante um plantão no Narcóticos Anônimos, Evandro conhecerá Diana (Ana Flávia Cavalcanti). O envolvimento entre os dois se intensificará ao longo de cinco episódios e provocará consequências no casamento dele com Carolina.

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