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Estreia no Brasil

De cirurgia peniana a Aids: Trans e gays lutam contra tabus em Pose

Imagens: Divulgação/FX

A atriz trans Dominique Jackson na primeira temporada de Pose; série está entre as melhores do ano - Imagens: Divulgação/FX

A atriz trans Dominique Jackson na primeira temporada de Pose; série está entre as melhores do ano

JOÃO DA PAZ

Publicado em 28/9/2018 - 5h14

Série única na TV, Pose faz história ao colocar no centro da trama transexuais e gays, marginalizados na Nova York do fim dos anos 1980. A atração conta histórias impactantes sobre como integrantes da comunidade LGBTQ+ lidam com tabus, como a cirurgia de readequação sexual, e enfrentam o terror da Aids, que os atormentam implacavelmente.

O público brasileiro pode conferir a criação de Ryan Murphy, produtor de séries como Glee (2009-2015) e American Horror Story, a partir desta sexta-feira (28), às 22h, no canal Fox Premium 1. Quem tem acesso ao app da Fox terá à sua disposição, de uma só vez, os oito episódios da primeira temporada.

Na cidade que tratava a comunidade LGBTQ+ como escória, a população trans tinha poucas opções, tanto de trabalho quanto de lazer. Para ganhar dinheiro, um caminho tenebroso era se arriscar nas esquinas e vender o corpo. Quem tentava procurar um emprego como vendedora ou recepcionista se frustrava com a rejeição.

Nem a família dava apoio a quem decidia sair do armário ou assumir uma identidade diferente da registrada na certidão de nascimento. Isso foi o que aconteceu com o homossexual Damon Richards (Ryan Jamal Swain) e a transsexual Blanca Rodriguez (MJ Rodriguez), respectivamente.

A vida sofrida nas ruas trazia um sustento, mas servia como uma porta aberta para se contaminar com o vírus que assombrou o mundo na década de 1980. Pose trata com rara felicidade como gays e trans enfrentavam o monstro do HIV, o causador da Aids, seja pelo lado positivo (superar a infecção e tocar a vida) ou pelo negativo (não ver a luz no fim do túnel ao saber que está contaminado).

Em contraponto às trans que vendiam seus corpos em condições precárias, caso da delicada Angel (Indya Moore), a série mostra também uma realidade oposta.

A protagonista dessa parte de prostituição de luxo da história é Elektra Abundance (Dominique Jackson), que quer se tornar uma mulher. Pose aproveita o gancho para mostrar como os trans enfrentam a dúvida de fazer ou não a readequação sexual.

Ryan Jamaal Swain faz pose na série Pose; ele interpreta um exímio dançarino homossexual

Refúgio nos bailes
Transexuais e gays encontravam espaço em bailes no submundo nova-iorquino, no underground. As festas promoviam duelos de figurino e estilo, e lá eles conseguiam se divertir livremente. E também disputavam o respeito na comunidade, pois ganhar troféus nos concursos era questão de honra.

Eles faziam competições na pista de dança e, para chamar a atenção dos juízes, precisavam esbanjar glamour com roupas chiquérrimas, sempre em conjunto com poses imponentes, como as vistas no clipe Vogue (1990), da cantora Madonna.

Em Pose, Elektra organiza o grupo mais temido. Ela dita as regras da House of Abundance, uma espécie de clã. Quem entra na equipe é tratado como família. A comandante é a mãe. As subordinadas, suas filhas.

Nesse contexto, uma das filhas de Elektra, a valente Blanca Rodriguez (MJ Rodriguez), rompe com a família para fundar sua própria casa. É o estopim para uma rivalidade na busca por integrantes, disputa travada nos concursos dos bailes.

Já renovada para a segunda temporada, Pose está na lista das melhores séries do ano, um dos grandes acertos da carreira de Ryan Murphy, que também está por trás da maluca 9-1-1. A série revelou a trans Indya Moore, modelo que logo depois de seu elogiado trabalho na pele de Angel assinou um contrato com uma grande agência de talentos norte-americana.

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