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CRIS MORENA

Criadora de Rebelde e Chiquititas volta à TV com série para geração do streaming

Divulgação/HBO Max

Um rapaz está em um fundo azul, e uma garota está em um fundo vermelho; eles se apoiam em um poste que os separa

Estreia da HBO Max, Te Amar Dói marca a volta de Cris Morena às produções audiovisuais

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 17/8/2023 - 6h35

Cris Morena é dona de um currículo de dar inveja para qualquer roteirista. Saíram de sua cabeça fenômenos mundiais, como Rebelde, Chiquititas, Floribella e Quase Anjos. Depois de um longo hiato criativo, em que viu seus projetos ganharem adaptações no SBT e até na Netflix, ela está de volta com Te Amar Dói, série da HBO Max que estreia nesta quinta-feira (17) e marca sua estreia no streaming.

Em conversa com o Notícias da TV, a autora conta que produzir para a geração que já nasce conectada não é muito diferente do processo de criação da primeira versão de Chiquititas, lançada na Argentina em 1995. "Não foi difícil me adaptar ao streaming, simplesmente porque não precisei fazê-lo. Eu conto histórias desde que comecei, elas já rodaram o mundo todo. E é isso que continuo fazendo, contar histórias", resume.

O que muda é apenas a plataforma, e na HBO Max se trabalha com uma seriedade e uma meticulosidade maior, para fazer algo mais cinematográfico, por assim dizer. Isso encarece o produto, mas aumenta a qualidade. Se antes eu fazia 150 capítulos em um ano, agora levo seis meses para entregar 14 ou 15.

Cris também não acredita que os jovens da atual geração sejam muito diferentes daqueles que consumiam as aventuras de Rebelde Way (2002), produção portenha que inspirou as adaptações no México e no Brasil. "Vou ser sincera, não são os jovens que mudaram. Creio que o mundo deu tantos saltos que, às vezes, você se afasta da alma e, outras vezes, volta para ela. E não estou falando de algo espiritual, mas de colocar tudo o que sente, sua verdade, seu coração em uma história, em um amor, se jogar de verdade em algo."

"Acho que a juventude de agora, como a de antigamente, também busca se apaixonar. Essa é a essência de tudo. A diferença é que agora não importa tanto se você se apaixona por uma mulher, por outro rapaz ou por um outro gênero. O amor sempre prevalece. E quem não busca o amor? Se alguém diz que não quer amar, que não quer sentir nada, eu já suspeito dessa pessoa..."

Qual a receita do sucesso de Cris Morena?

Cris Morena diz, sem falsa modéstia, que nunca teve um fracasso em seu currículo. De fato, todos os projetos com o dedo da escritora foram êxitos retumbantes, tanto em seu país de origem quanto nas diversas adaptações pelo mundo --até na Índia e na Rússia a autora já chegou. A receita do sucesso? Ela não entrega. Aliás, ressalta que não existe uma fórmula certeira.

"Sempre me perguntam isso", diz ela à reportagem, às gargalhadas. "Você me faz rir, porque eu não tenho segredos. Eu acredito mesmo, sem lorotas, que meus projetos dão certo porque os faço com entusiasmo, com meu coração e com tanto desejo que acabam funcionando. Minhas coisas são bem feitas e coloco tanta paixão que não tem como errar. E, claro, não trabalho sozinha, tenho uma equipe criativa, de produtores, diretores, músicos..."

A música, aliás, é um ingrediente que não pode faltar nos projetos de Cris. E em Te Amar Dói não é diferente. Para a autora, poder se expressar através de canções é uma parte essencial de seu trabalho --ela, inclusive, ressalta que só conseguiu seguir em frente após a morte trágica da filha, a atriz Romina Yan (1974-2010), que teve um ataque cardíaco fulminante aos 36 anos, por causa de suas composições.

"Eu sou uma péssima cantora, mas gosto de compor. É uma maneira de falar das minhas dores, dos meus temores, dos meus desejos. Eu só cruzei o deserto da solidão absoluta da morte da minha filha por causa da música. As canções que fiz para a série Aliados [2013-2014] foram como um réquiem para Romina, todas têm a ver com a perda do grande amor da minha vida, nelas eu pude falar sobre seres de luz", diz.

"Em Te Amar Dói, a música tem outra função, porque é uma história de jovens marginalizados. Não só socialmente, mas de todos os tipos: pelo amor, pelo próximo. São indivíduos angustiados, viciados em remédios, sofredores", ressalta. "Por isso a série se chama Te Amar Dói; não porque o amor dói, mas porque é necessário enfrentar essa dor para ter um crescimento. A criança, quando aprende a caminhar, vai cair muitas vezes, e isso pode doer. Mas se você não tenta por medo de cair, nunca vai aprender a caminhar", filosofa Cris.

Assim é a vida, feita de muitas alegrias e algumas tristezas. No meu caso, caí muitas vezes, levantei outras tantas. E as pessoas me dizem que nunca tive um fracasso. Aos olhos dos outros? Não, nunca. Mas tive várias batalhas, até comigo mesma, para conseguir coisas que hoje são grandes êxitos. A vida não é sempre cor-de-rosa. E eu agradeço muito por todas as quedas, porque sempre me levantei, e isso é o mais importante.

Te Amar Dói estreia nesta quinta-feira (17) na HBO Max. Confira o trailer:


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