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PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Amor e Morte: Elizabeth Olsen salva série da HBO Max de cair no marasmo

Divulgação/HBO

Elizabeth Olsen mexe no cabelo enquanto olha no espelho em cena de Amor e Morte

Elizabeth Olsen em cena de Amor e Morte; atriz é destaque que salva nova minissérie da HBO Max

ANDRE ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 27/4/2023 - 6h20

Nova minissérie da HBO Max, Amor e Morte (2023) estreia nesta quinta-feira (27) com cheiro de mobília velha. A produção conta a história real de um caso extraconjugal que acabou com duas famílias do subúrbio norte-americano nos anos 1980 --mesmo relato de Candy (2022), atração exibida pelo Star+ no ano passado.

Por contar uma trama que há pouquíssimo tempo já foi destaque no streaming, Amor e Morte precisava de um grande trunfo que a distanciasse de sua série "irmã". Eis que entra em cena Elizabeth Olsen (WandaVision), escalada como a protagonista capaz de salvar a produção criada por David E. Kelley (Big Little Lies) do marasmo.

Conhecida como a Assassina do Machado, Candy Montgomery ganhou as páginas dos jornais após matar a amiga Betty Gore (1950-1980) a machadadas. O motivo? Candy manteve um relacionamento extraconjugal com Allan Gore, então marido de Betty.

A história começa em 1978, quando Candy (Elizabeth) e Betty (Lily Rabe) eram amigas que frequentavam a igreja ao lado dos respectivos maridos, Pat (Patrick Fugit) e Allan (Jesse Plemons). Ambas as famílias faziam parte de uma comunidade cristã que levava uma vida cotidiana da época --homens trabalhavam e crianças estudavam, enquanto as mulheres cuidavam da casa.

Aos olhos de todos, Candy era o tipo de mulher que cumpria com todas as suas obrigações para com a sociedade. Parceira devota e mãe coruja, ela fazia de tudo para que marido e filhos tivessem uma vida dos sonhos. Com o passar do tempo, no entanto, ela começou a notar que sua rotina era pouco para o que ela considerava merecer.

O "escape" que Candy encontrou para apimentar sua existência foi iniciar um caso com Allan. Embora seu interesse no rapaz seja tão repentino que chega a ser difícil de explicar --até mesmo para ela--, a protagonista abraça seu desejo e logo expõe sua atração. Allan, que vivia má fase no próprio casamento, cede e dá início à relação proibida.

DIVULGAÇÃO/HBO MAX

Jesse Plemons e Elizabeth Olsen

Jesse Plemons e Elizabeth Olsen

Na pele de Candy, Elizabeth entrega uma personagem muito mais interessante e fugaz do que a versão de Jessica Biel na minissérie do Star+. Sua protagonista se divide entre momentos de cidadã exemplar e femme fatale, com alguns ares de psicopatia quando algo não sai como planejara.

A estranheza envolvendo o caso entre Candy e Allan é retratada em cada elemento do casal. Decidida e segura de seu desejo, ela investe no rapaz com toda a força que poderia demonstrar; ele, no entanto, é o exemplo nato do garoto religioso que nunca fez nada que pudesse incriminá-lo. Sua inocência é tanta que ele nunca havia dado um beijo de língua antes da investida de Candy.

Acompanhar o nascimento desta relação é intrigante no início, mas as idas e vindas dos amantes proibidos e a aparente apatia em suas vidas pessoais acabam por atrapalhar a experiência de assistir a Amor e Morte. Nos três primeiros episódios, há vários momentos nos quais a minissérie parece andar em círculos, sem uma direção a seguir --mesmo que parte do público já conheça o final dessa história.

Plemons, que já provou talento em várias produções, faz de seu Allan um mero espelho de outros personagens de sua carreira. O jeito introvertido excêntrico foi usado pelo ator em trabalhos como Ataque dos Cães (2021) e A Noite do Jogo (2018), o que parece pouco para alguém que já foi indicado ao Oscar.

Outro grande tropeço da minissérie é a representação da verdadeira vítima da história. Em grande parte alheia à infidelidade do marido, Betty claramente luta com emoções mais complexas, que não são reproduzidas com sucesso, muitas vezes reduzidas ao papel da esposa difícil que Allan deve suportar.

Fica evidente, no entanto, que seu hábito de retenção emocional é culpa de seus conflitos conjugais. Apesar dos problemas de caracterização, Lily Rabe é exatamente o tipo de atriz que oferece mais dimensão à personagem, mesmo com o roteiro de Kelley descartando continuamente sua presença.

Com sete episódios ao todo, Amor e Morte tem potencial para se reerguer quando entrar no lado criminal da história de Candy e Betty. No que depender de Elizabeth Olsen, a minissérie da HBO Max ainda pode encerrar sua trajetória com nota alta.

Assista ao trailer legendado de Amor e Morte:


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