SCOTT BAKULA
Divulgação/CBS
Scott Bakula em cena da sexta temporada de NCIS: New Orleans, que sofrerá mudanças no próximo ano
A pandemia de coronavírus forçou Hollywood (e boa parte do mundo) a parar, e protestos raciais nos Estados Unidos colocaram em xeque produções que posicionam o policial branco como herói e os negros como criminosos. De agora em diante, isso terá de mudar. E para o veterano Scott Bakula, protagonista de NCIS: New Orleans, séries policiais como a que ele mesmo estrela começarão a "andar em uma corda bamba".
"Ainda não começamos a gravar [a sétima temporada, prevista para estrear nos EUA entre setembro e novembro], mas acho que já temos muita coisa para processar. Claro que vamos levar em conta tudo o que aconteceu nos últimos meses, mas ainda pode ocorrer muita coisa até nossa estreia, então precisamos considerar o que vai acontecer até lá", diz ele, também produtor do drama, ao Notícias da TV.
A terceira série da franquia NCIS, um fenômeno de audiência na TV americana e em todo o mundo, terá de lidar com o coronavírus de maneira ainda mais intensa do que outras produções televisivas. Afinal, além de definir um protocolo de segurança para colocar a equipe novamente no estúdio, os roteiristas vão inserir nos episódios como a Covid-19 afetou Nova Orleans, cidade em que a trama é situada --o Estado da Lousiana registrou quase 80 mil casos e 3,3 mil mortes até o momento.
"Imagino que essa temporada vai ser diferente de todas que já fizemos até agora, por causa do coronavírus e de como isso afetou Nova Orleans. E, ao mesmo tempo, precisamos lembrar que é um escapismo da realidade também. Será que as pessoas vão estar saturadas de ouvirem falar de Covid-19 até lá?", questiona ele.
Bakula adianta, porém, que mesmo que a população esteja cansada do tema, a pandemia vai ser abordada na série. "Temos uma personagem [Loretta Wade, vivida por CCH Pounder] que trabalha como legista. E Nova Orleans passou por muitos problemas, foi muito afetada. Não dá para ignorar algo tão grande!", entrega.
Ele aponta uma possibilidade de inserir o vírus na história sem mostrar mortes, doentes nem levar tristeza para um público que deseja se distrair da realidade. "Podemos abordar o lado humano, das pessoas que se arriscam, dos heróis da vida real. Granular algumas histórias para não ignorar o que está acontecendo. Acho que as pessoas não querem ligar a TV e ver tudo o que já passaram, sabe?", filosofa.
Como há negros na equipe, a questão racial certamente também estará presente de alguma maneira. O ator entende que os roteiristas e produtores terão um trabalho bem difícil na próxima leva de episódios.
"Vamos caminhar na corda bamba, para ser honesto, durante toda a temporada. Precisamos ser atuais e, ao mesmo tempo, nos mantermos à frente das notícias para retratarmos a realidade da população. E sem deixar de ser entretenimento também!", aponta o veterano de 65 anos. "Vai ser um desafio e tanto!"
Enquanto a sétima temporada de NCIS: New Orleans não começa, os fãs acompanham o sexto ano no canal pago A&E, que exibe episódios inéditos toda sexta-feira, às 22h. A atração policial é uma daquelas que não está disponível em nenhum serviço de streaming e, no Brasil, só pode ser vista na TV paga.
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