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Investida bilionária

Conheça Quibi, streaming exclusivo para celulares cheio de astros de Hollywood

Divulgação/Netflix/Showtime

Steven Spielberg, Naomi Watts e Don Cheadle estão no plantel do Quibi, novo streaming do mercado - Divulgação/Netflix/Showtime

Steven Spielberg, Naomi Watts e Don Cheadle estão no plantel do Quibi, novo streaming do mercado

JOÃO DA PAZ

Publicado em 19/6/2019 - 5h41

Com muito dinheiro e executivos poderosos por trás do negócio, vem aí o Quibi (pronuncia-se "cuibi"), um streaming exclusivo para aparelhos celulares. Os investidores, que contarão com grandes nomes de Hollywood à frente de séries, realities e documentários, aportarão US$ 1 bilhão (R$ 3,86 bilhões) na primeira leva de produções, que será lançada a partir de abril do ano que vem, primeiramente nos Estados Unidos.

O Quibi tem como público-alvo quem adora ver vídeos em redes sociais (Facebook, WhatsApp) ou assistir a séries e outras atrações em celulares, hábito comum em cidades urbanas como São Paulo, seja no transporte público ou na espera de um serviço (dentista, banco...). Tudo, claro, na dependência de uma boa internet móvel. Por enquanto, não se comenta a possibilidade de fazer downloads dos episódios. 

Os executivos que tocam essa empreitada acreditam na internet de 5G e em produções de conteúdo premium, do nível da Netflix e da HBO, com atores, diretores e produtores renomados. Assim, pretendem achar um espaço no profundo mar de streamings. Só nos EUA, já são 235 serviços, isso sem contar com três gigantes que logo mais vão entrar com tudo nesse mercado: Apple, Warner e Disney.

O Quibi tem força nos dois lados do campo. Nos bastidores, o serviço é comandado por Jeffrey Katzenberg (cofundador do premiado estúdio de animação DreamWorks), presidente da plataforma. A diretora-executiva é Meg Whitman, com passagens pela Hewlett-Packard e pelo site eBay. Segundo a Forbes, ela é a segunda mulher mais rica nos EUA entre as que criaram a própria fortuna ("self-made billionaire").

O plantel de Quibi é estrelar. Estão com projetos confirmados na plataforma Chrissy Teigen (reality), Idris Elba (reality de competição), Don Cheadle (série), Anna Kendrick (série), Naomi Watts (série), Jennifer Lopez (reality), Tyra Banks (documentário) e Justin Bieber (reality musical). Haverá ainda produções criadas pelos diretores e produtores Guillermo del Toro, Lena Waithe e Sam Raimi.

Logo do Quibi, o streaming exclusivo para celulares

Séries diferentonas

Como o Quibi visa atingir o público à espera de algo para fazer ou no trajeto para algum lugar, os episódios das atrações serão curtos, entre sete e dez minutos. Terá uma versão com anúncios (US$ 4,99 - R$ 19,20) e outra sem (US$ 7,99 - R$ 30,75). Os vídeos poderão ser vistos tanto na vertical quanto na horizontal.

O novo streaming precisa chamar a atenção. Por isso virá com uma série que só poderá ser assistida à noite, assinada pelo cineasta Steven Spielberg. Ele mesmo fez essa exigência, pois o projeto será uma trama de terror, e o ideal é que o público só a veja após o pôr do sol. O aplicativo terá um dispositivo que vai liberar os episódios apenas depois de um horário determinado pelo diretor de A Lista de Schindler (1994).

Em parceria com os estúdios Sony de televisão, o Quibi vai lançar #FreeRayShawn, um drama com veia social que mistura violência policial com veteranos de guerra, protagonizado por Stephan James (Homecoming) e Laurence Fishburne (Blackish).

A série custará US$ 15 milhões (R$ 57 milhões) e terá pouco mais de 2 horas de duração, dividida em 15 capítulos com cerca de 10 minutos cada. Depois que a atração for exibida por completo no aplicativo de streaming, ela será reeditada como um filme e liberado na plataforma como um produto só.

Junção das palavras "quick bites", expressão que remete ao consumo instantâneo de tecnologia no mundo moderno, o Quibi entra em um mercado volumoso e com uma proposta inovadora e arriscada. Os executivos parecem estar cientes disso: "Nós nos preparamos para o pior, mas esperamos encontrar o melhor", disse Katzenberg em um evento realizado em Los Angeles no início do mês.

Caso o Quibi sobreviva, o brasileiro vai ter que aguardar um pouco pela oportunidade de experimentar o novo serviço. Após o lançamento nos EUA, a novidade aterrissará em países que falam o idioma inglês. Só depois ele será expandido para o mundo todo.

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