DO SPOTIFY
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Mel Lisboa em foto publicada no Instagram; atriz estrela audiossérie com tema apocalíptico
Com sua volta à Globo após 13 anos frustrada devido ao adiamento da novela Cara & Coragem, Mel Lisboa "encara" uma pandemia pior que a da Covid-19 na audiossérie Paciente 63, do Spotify, que estreia nesta quinta-feira (22) no serviço de streaming. Na trama, a atriz interpreta uma médica psiquiatra que trata um homem que alega ser um viajante no tempo que precisa salvar a humanidade de um apocalipse --papel de Seu Jorge.
Mel foi escalada para viver a vilã de Cara & Coragem, trama escrita por Claudia Souto que acabou sendo postergada para 2022 por causa da crise sanitária vigente. No novo papel, a atriz contracenará com Ícaro Silva e Ricardo Pereira. A previsão é que o folhetim vá ao ar após o fim de Quanto Mais Vida, Melhor, próxima novela das sete da Globo que deve ser exibida depois do fim da reprise de Pega Pega --substituta de Salve-se Quem Puder.
A atriz também iria integrar o elenco de Malhação - Transformação, mas a temporada inédita da novela teen foi colocada na gaveta e sem previsão. A última participação de Mel Lisboa na Globo foi na série Casos e Acasos (2008). Desde então, ela fez papéis em novelas da Record e participou de séries da HBO e GNT. O trabalho mais recente da atriz foi em Coisa Mais Linda, da Netflix.
Longe da Globo e na radionovela Paciente 63, Mel Lisboa é a doutora Elisa Amaral, uma psiquiatra dividida entre a realidade e o delírio de um enigmático paciente, Pedro Roiter, cuja ficha clínica é a número 63. Com a voz de Seu Jorge, o personagem alega ser um viajante do futuro que veio para salvar a humanidade da devastação causada por uma pandemia que levou a sociedade à era rudimentar.
Na coletiva à imprensa com a apresentação da audiossérie, a atriz foi questionada pelo Notícias da TV se o tema apocalíptico não seria pesado para o atual momento do Brasil, onde mais de 540 mil pessoas morreram de Covid-19, e defendeu a função artística da obra.
"Ao ouvir a série eu fiquei muito mexida também, agoniada, mas no bom sentido, no sentido da provocação. E no sentido de desenvolver um pensamento crítico. De olhar ao seu redor e ver o que tá acontecendo também. Em fazer paralelos, que é uma das funções da arte, que é fazer com que você observe e construa essa crítica", alegou a atriz.
É também função da arte tocar algumas feridas, para provocar mesmo. A arte é provocativa. Então eu tô te falando isso porque claro que cada um vai sentir [a série] de um jeito. E algumas podem achar que é demais, porque, realmente, ela tem uma visão meio apocalíptica, né? Mas, por outro lado, ele dá possibilidades, ele está voltando para tentar mudar. Então, o que o personagem tá dizendo? 'Acredite no futuro'.
"Pense no hoje, pense no que você faz hoje, porque isso terá consequências amanhã. Então faz com a gente reflita sobre o hoje, sobre as nossas ações, atitudes, sobre tudo que a gente fala, reproduz. A gente tem que pensar no que poderia ser evitado se a gente voltasse ao passado e mudasse a linha do tempo. O que a gente poderia ter feito para não estarmos nessa situação de hoje?", completou uma das protagonistas de Coisa Mais Linda, da Netflix.
Já Seu Jorge, intérprete do Paciente 63, faz paralelos entre a audiossérie e o momento caótico do Brasil atual. "Uma coisa que é muito interessante na questão do personagem é ele citar as gerações entre pandemias, o que ele quer dizer é que não vamos parar de ter isso", começou o cantor.
Muitas pessoas perderam sua vida não porque aglomeraram ou porque saíram pra trabalhar. Mas porque a doença foi até eles de alguma maneira, eles pegaram, contraíram e ficaram. A ciência tá lutando contra um negacionismo muito grande hoje. É disso que o Pedro Roiter fala. Dá pra evitar uma série de eventos que desencadearam no futuro de 2062 dele.
"Aí hoje a gente, estimulado e instigado, fica pensando em 2062, né? Estimulado ao ouvir essa série e até de certa forma esse sentimento de pesado, realmente, se esse negócio se confirma, essa nada, esse vazio se confirma é [questionar] como vai ser viver rudimentar para a nova geração?", se perguntou o astro da MPB.
"Temos que conservar todo conhecimento que consumimos e toda a sabedoria que nós construímos até agora. Porque isso, realmente, está muito próximo da gente", avaliou o compositor.
Criada por Julio Rojas, Paciente 63 estreia nesta quinta-feira (22) no Spotify. Confira o trailer:
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