Homecoming
Imagens: Divulgação/Amazon
Vencedora do Oscar, Julia Roberts faz um dos melhores trabalhos da carreira em Homecoming
JOÃO DA PAZ
Publicado em 7/11/2018 - 5h41
Abram alas que Julia Roberts chegou. Vencedora do Oscar, a atriz de 51 anos estreou com tudo em sua primeira série como protagonista. Na delirante Homecoming, a eterna estrela de Uma Linda Mulher arranca elogios pela atuação digna de Emmy. Ela vive uma terapeuta que atende veteranos de guerra na nova série da Amazon.
O drama, assinado por Sam Esmail (de Mr. Robot), foi disponibilizado no Prime Video na última sexta (2). Desde o lançamento, os telespectadores enaltecem Julia, no Twitter e em fóruns de discussão. As reações espelham análises da mídia, que já coloca Homecoming como uma das melhores séries novatas do ano.
Para o jornal Washintgon Post, o trabalho da atriz é "sedutor e impecável". Já a revista Rolling Stone observa que "Julia prova ser perfeita para a telinha, assim como é para telona". O diário Chicago Sun-Times foi além e, sem hesitar, cravou que Homecoming é um dos melhores trabalhos de toda a carreira de Julia Roberts, iniciada em há três décadas.
A série permite a Julia mostrar todas as suas facetas, por colocar sua personagem em duas linhas de tempo. Na atualidade, Heidi Bergman trabalha em um centro de tratamento, controlado pelo governo norte-americano, voltado a soldados que retornam aos Estados Unidos após missões no exterior.
Essa versão de Heidi é mais centrada, totalmente focada em seu trabalho de ajudar os militares a superar traumas dos campos de batalha e tocar a vida civil como uma pessoa comum.
No futuro, em 2022, Heidi é uma garçonete infeliz de um restaurante chinfrim em um porto. Um dos elementos doidos de Homecoming entra em cena aqui.
Um burocrata do Departamento de Defesa do governo, chamado Thomas Carrasco (Shea Whigham), investiga um incidente na instituição na qual Heidi trabalhava. O problema é que ela não tem qualquer lembrança do período que passou lá.
Sam Esmail dirige Julia Roberts em Homecoming; DNA de Mr. Robot na produção da Amazon
Série com pedigree
O parentesco de Homecoming é nítido. Dirigida por Sam Esmail, a série da Amazon tem muitos recursos vistos na consagrada Mr. Robot, uma das melhores séries da década, principalmente no inusitado estilo de filmagem. A áurea conspiratória e cheia de teorias sonda a produção do streaming, porém a atração com Julia Roberts é muito mais didática do que a estrelada por Rami Malek.
A piração ganha corpo logo nos primeiros episódios (todos curtos, com cerca de meia hora de duração). O público fica instigado para saber por que Heidi perdeu a memória. Será que alguém a medicou? Por quê?
Outra doideira envolve a instituição Homecoming. Traumatizado pelos horrores vividos em batalhas, o soldado Joseph Shrier (Jeremy Allen White) desconfia do centro de tratamento. Segundo ele, o governo não se importa com a saúde mental dos combatentes. Ele acredita que tudo aquilo é uma farsa.
É uma visão oposta à do colega Walter Cruz (Stephan James). Otimista, o militar crê nas boas intenções do lugar e de Heidi, com quem cria um vínculo. Mas, além de lidar com as paranoias do parceiro, Walter tem na mãe, Gloria (Marianne Jean-Baptiste), uma voz contra o projeto Homecoming. Ela deseja tirá-lo de lá.
O enigmático e mandão chefe de Heidi, Colin Belfast (Bobby Cannavale), monitora todas as movimentações do centro Homecoming. No futuro, ele aparece como funcionário de uma empresa gigantesca, chamada Geist, que fabrica produtos de limpeza e beleza. Isso gera mais perguntas: por que uma companhia desse ramo teve um centro que recuperava militares?
Dirigida por Esmail com perfeição, Homecoming faz muitas perguntas e deixa outras tantas em aberto para o telespectador refletir. Já renovada para uma segunda temporada, a série da Amazon é inquieta. Não chega a ser uma nova Mr. Robot, com todas suas teorias, mas entrega uma boa trama diferentona, que vale a investida.
Em tempo: As definições de TV no Auge (Peak TV) foram atualizadas. Julia Roberts lidera a corrida ao Emmy e engrossa uma lista de atrizes do mais alto calibre que têm tudo para concorrer ao maior prêmio da televisão americana.
Nomes fortes do cinema como Amy Adams (Sharp Objects), Meryl Streep (Big Little Lies), Emma Stone (Maniac) e Helena Bonham-Carter (The Crown) devem se juntar a Julia no Oscar da TV do próximo ano.
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