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Prisioneiros de guerra

Brasil desenvolve versão de Homeland, diz criador da série

Daniel Castro/NTV

O israelense Gideon Raff durante palestra no Rio Content Market nesta quarta-feira (12) - Daniel Castro/NTV

O israelense Gideon Raff durante palestra no Rio Content Market nesta quarta-feira (12)

DANIEL CASTRO, No Rio de Janeiro

Publicado em 12/3/2014 - 10h38

Criador de Homeland, o israelense Gideon Raff disse hoje (12) que o Brasil deverá ter uma versão da série vencedora do Globo de Ouro e do Emmy. Raff falou sobre o processo de criação da série no Rio Content Market, maior evento de audiovisual da América Latina, que vai até sexta no Rio de Janeiro.

Segundo Raff, versões de Homeland também estão sendo desenvolvidas na Rússia, Turquia, Índia e Espanha.

A versão brasileira de Homeland está sendo trabalhada pela produtora Mixer, uma das maiores do país, comandada pelo cineasta João Daniel Tikhomiroff, diretor de programas da Globo _ele faz o Momentos em Família, que encerram a novela Em Família, dirige os especiais de Roberto Carlos e estará à frente do Vem Aí, show que apresentará a programação de 2014 da emissora.

A Mixer comprou a opção de adaptar Homeland no país. O Notícias da TV apurou que já existe uma conversa entre a Mixer e a Globo.

A informação causou um certo estranhamento no Rio Content. Isso porque Homeland é uma série que não tem a ver com o Brasil. É um programa sobre prisioneiros de guerra, personagens distantes da nossa realidade. Em seu painel no Rio Content, Gideon Raff ressaltou a importância de as adaptações locais de Homeland terem a ver com a cultura do país.

O roteirista e diretor Raff trabalhou na adaptação de Homeland para os Estados Unidos, mas seu grande mérito foi mesmo ter idealizado a versão original, a israelense Hatufim, que quer dizer prisioneiros de guerra. Na versão israelense, ao contrário da americana, o protagonista não é suspeito de ter ligações com terroristas.

Raff usou sua experiência de três anos no Exército israelense e uma profunda pesquisa para criar Hatufim. Ele disse que Israel acumula mais de 1.500 prisioneiros de guerra nos últimos 40 anos e que o assunto é dolorido para o país. Ele pensou na série ao perceber que Israel se preocupa em resgatar os prisioneiros, mas não sabe o que fazer com eles depois que voltam para casa. “Infelizmente, essas pessoas nunca têm final feliz. Para alguns deles, voltar para casa é mais difícil do que permanecer no cativeiro”, disse.

A notícia de que uma TV israelense filmava uma série sobre prisioneiros de guerra foi muito combatida. “É um assunto tabu em Israel”, lembrou. Mas a série foi bem recebida quando estreou, mesmo com as pessoas chorando diante da TV. “Hatufim deu voz aos prisioneiros de guerra”, lembra.

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O jornalista Daniel Castro viajou a convite da ABPITV - RioContentMarket

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