LUCAS PARAIZO
MANOELLA MELLO/TV GLOBO
A diretora Luisa Lima e o roteirista Lucas Paraizo são os responsáveis pela série Os Outros
A expectativa em cima da segunda temporada de Os Outros é alta, afinal a série fez sucesso no Globoplay e na TV aberta ao abordar a intolerância em grau máximo, e essa essência prevalecerá. "E também personagens amáveis e odiáveis, dependendo do momento da trama. Todos são confrontados pelo inesperado da vida e das relações humanas e revelam suas fragilidades", adianta o autor Lucas Paraizo.
Ele entrega que agora corre os mesmos riscos de antes, porque a continuação do drama de Cibele (Adriana Esteves) foi toda escrita antes da primeira leva de episódios ser lançada.
"Isso me tranquiliza pois não deixei que nenhuma impressão externa, mesmo que positiva, interferisse no que queríamos contar. Nossa segunda temporada dobrou a aposta do que já tínhamos arriscado na primeira. Trabalhamos com rigor e esmero e torço para que a nova temporada tenha o mesmo impacto", conta o roteirista.
Paraizo revela ao Notícias da TV que a repercussão da série o surpreendeu muito no ano passado. "Uma mistura de surpresa, alegria e assombro", diz. Para o criador de Os Outros, provocar temas que gerem tamanho engajamento é uma responsabilidade imensa.
"E, quando esses temas atingem o público, é sinal de que a dramaturgia, seus personagens e nossa linguagem funcionaram. Muita gente amou Os Outros. Muita gente se impressionou com o conteúdo e a forma impactante como o abordamos. Mas uma coisa é certa: ninguém ficou indiferente. Tocamos as pessoas. Era o que queríamos", orgulha-se.
Antes mesmo de a primeira temporada estrear, a emissora já havia encomendado a segunda. A terceira temporada também já está no forno e será gravada em 2025. Paraizo revela que, em todas, a intolerância e suas consequências continuam sendo os pilares.
Assim como as diferentes noções de família. "Os Outros é uma série que joga lente de aumento nas banalidades e nos absurdos do dia a dia", resume o roteirista. A base da construção das histórias consiste em usar conflitos entre vizinhos de um condomínio como uma amostra da sociedade.
reprodução/tv globo
Marcinho (Antonio Haddad) reencontra a mãe
A série muda de condomínio e traz novos personagens. Passados traumáticos e desejos ambiciosos ganharão mais destaque. Haverá um grau de violência diferente do que foi visto na primeira temporada. No Barra Star Dream, a guerra começará mais fria e silenciosa, mas explodirá com consequências ainda mais drásticas, avisa Paraizo.
Cibele vai reencontrar o filho após quase dois anos. O que aconteceu com Marcinho (Antonio Haddad) será explicado. Ele foi ameaçado de morte e sumiu no fim da primeira temporada, deixando a mãe despedaçada e a namorada grávida. Parceira do criador da série, a diretora artística Luisa Lima dá mais detalhes:
Antes, vimos personagens de uma classe média endividada atravessarem uma tormenta muito forte. Chegamos à segunda temporada com a gravidade instalada nas vidas de Cibele e Marcinho. Sérgio [Eduardo Sterblitch] vira vereador e mora num novo condomínio, dessa vez de casas de luxo, de gente com muita grana, onde os novos personagens ganham contornos mais cínicos e perversos.
Luisa e Paraizo tiveram quase a mesma equipe nas duas temporadas, além de parte do elenco da primeira leva de episódios, o que deixa o terreno mais amadurecido. "Estamos todos alinhados no desejo de entreter e fazer pensar, de expressar sem julgamento, sem posicionamento moral conclusivo para o público se deparar com seus próprios pensamentos", declara a diretora.
O miliciano vivido por Eduardo Sterblitch será o protagonista da nova temporada, que se aprofunda na complexidade dele sem romantizá-lo. Lorraine (Gi Fernandes), filha de Sérgio e namorada de Marcinho, passará de adolescente a mãe, com o nascimento de Juninho. A mãe dela, Joana (Kênia Bárbara), crescerá muito ao ir da opressão ao empoderamento.
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