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PAULA POSSANI

Atriz de Assédio relata crise de choro e taquicardia para fazer série da Globo

FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Paula Possani interpreta Eugênia, uma das vítimas de estupro da série Assédio, disponível no Globoplay - FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Paula Possani interpreta Eugênia, uma das vítimas de estupro da série Assédio, disponível no Globoplay

GABRIEL PERLINE

Publicado em 4/11/2018 - 7h31

Paula Possani passou mal com o roteiro de Assédio antes mesmo de ter sido escalada para o papel de Eugênia, uma das protagonistas da série. Ao ler o texto da cena de seu teste, teve uma taquicardia. Quando pesquisou sobre as vítimas do médico Roger Abdelmassih, que inspirou o texto da trama da Globo, teve uma crise de choro.

"Meu coração disparou imediatamente. Aí eu fui estudar, ler na internet. Quando eu cheguei no depoimento da quinta vítima eu comecei a chorar, tamanho era a força e o impacto daquilo que eu estava lendo. Impossível não ser tocado por aquilo. E como atriz, você tem que permitir se tocar pelo universo da personagem", diz.

Depois de aprovada e com os textos de sua personagem em mãos, o corpo de Paula voltou a apresentar reações involuntárias, provocadas pelo roteiro de Assédio.

"Esse universo é muito dolorido. Comecei a sentir medo de andar na rua e fazer pequenas tarefas do meu dia a dia. Senti que tinha um grau a mais de medo e atenção em mim. Mas, para dar conta do trabalho, você é obrigado a desenvolver estratégias para entrar e sair desse universo sem se machucar demais", explicou.

Paula Possani como Eugênia em Assédio

Eugênia é a protagonista do segundo episódio de Assédio, atualmente disponível apenas para assinantes do Globoplay. Ela não foi a única atriz do elenco a ter reações emocionais por causa das cenas pesadas.

O drama da personagem começa em casa, quando impõe ao marido, Ronaldo Constantino (Felipe Camargo), a vontade de ter um filho. Ele titubeia pelo fato de ser vasectomizado, mas cede ao pedido da mulher.

Eis que o casal procura a clínica de Roger Sadala (Antonio Calloni) para realizar a fertilização assistida e a moça, que buscava ajuda do renomado médico, acabou entrando para a lista de suas vítimas sexuais.

"Ela sofre abuso de vulnerável, porque está sedada quando é violada, e percebe que houve um abuso pelos rastros que ficam, mas ela tem que conviver com a angústia da dúvida. O abuso sexual dificilmente deixa provas materiais. E, por conta disso, a palavra da mulher é questionada. No caso de um abuso de vulnerável é pior ainda porque ela não tem como relatar por não se lembrar do que aconteceu", comentou.

Assédio é um soco no estômago do telespectador. A série é uma obra de ficção inspirada no livro A Clínica: A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga, e conta as histórias de algumas vítimas do ex-médico, pioneiros na fertilização in vitro no Brasil e acusado de abusar sexualmente de 39 pacientes. As cenas são fortes e os relatos, perturbadores.

"Esse mal-estar que a série causa tem a ver com o olhar da direção, de contar a história pelo ponto de vista das vítimas. A série foi feita para que os telespectadores se coloquem um pouco no lugar da vítima. As cenas mais delicadas e de abuso foram dirigidas por Amora Mautner. A autora, Maria Camargo, estava sempre presente no set. Foi muito assertivo ter uma autora e uma diretora mulheres", disse.

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