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NO PRIME VIDEO

Amar É para os Fortes: Série traz visão materna sobre violência policial

REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO

Tatiana Tiburcio em cena de Amar É Para Os Fortes

Tatiana Tiburcio interpreta Rita, que perde o filho em uma operação policial no Rio de Janeiro

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 20/11/2023 - 10h00

Tramas que exploram os desafios enfrentados por moradores de favelas são recorrentes no audiovisual brasileiro. A equipe de Amar É para os Fortes, série do Prime Video inspirada no álbum homônimo lançado em 2018 por Marcelo D2, se esforçou para fugir do habitual ao abordar a violência policial nas comunidades do Rio de Janeiro. Para isso, Camila Agustini, chefe da sala de roteiro, trouxe o protagonismo materno como ponto principal da produção.

A série, que estreou nesta sexta (17), apresenta a saga de duas mulheres negras que têm suas vidas transformadas no Dia das Mães. Rita (Tatiana Tiburcio) perde seu filho de 11 anos, Sushi (João Tiburcio), durante uma operação policial na comunidade da Maré. Já Edna (Mariana Nunes) é mãe de Digão (Maicon Rodrigues), o oficial que assassinou a criança. Em busca de justiça e redenção, ambas enfrentarão a corrupção e a morosidade do sistema judiciário.

Em uma entrevista exclusiva ao Notícias da TV, Camila menciona o favela movie --termo utilizado para designar produções que voltam seus olhos para as periferias e sua população marginalizada. Ela reconhece a diversidade de histórias do tipo no audiovisual do Brasil. Assim, ao lado dos cocriadores Antonia Pellegrino e D2, a roteirista precisou encontrar uma forma de diferenciar a série do Prime Video de outros produtos do gênero.

Camila acredita que o destaque de Amar É para os Fortes é a visão familiar, que auxilia no processo de humanização dos personagens:

Essa violência afeta famílias e pessoas. Acreditamos que tem um potencial de impacto universal. Você lidar com a história da mãe de um policial que mata uma criança, como isso afeta o olhar dessa mãe sob esse filho. Ao mesmo tempo, uma mãe que tem um filho morto, o luto dessa outra mãe. São coisas muito fortes e ajudam a tornar a abordagem sobre a violência policial nas comunidades mais reconhecível.

Um levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado mostra que, nos últimos sete anos, 286 crianças e adolescentes foram baleados em operações policiais do Rio de Janeiro. Por conta da alta ocorrência, Camila afirma que os casos têm o risco de perder seu caráter humanitário para serem tratados apenas como estatísticas.

A roteirista explica que no processo de desenvolvimento da série, iniciado em 2018, a equipe teve a preocupação de resgatar a compaixão do público para o tema. "O policial que matou tem família, é jovem, estava despreparado para isso. De forma alguma passando pano, mas tornando mais complexo. Mudamos a figura do policial vilão e malvado que, infelizmente, temos presente no imaginário brasileiro", diz.

"Ao mesmo tempo, essa família que é sempre marginalizada, que tem situações de criminalidade ao redor de si, mas são trabalhadores e que, mesmo que fossem criminosos, não deveriam ter seu direito à vida sacrificado", adiciona.

A cocriadora ainda teve a preocupação de mostrar como a morte de uma criança pode afetar toda a comunidade ao redor. Nos episódios, além do apoio de sua família, Rita conta com a sororidade de outras mães da região. A perda de Sushi torna-se uma questão social que afeta a todos.

"Tem uma coisa de mostrar como essas mulheres que enfrentam a maior perda do mundo, que é a perda de um filho, são fortes e estão juntas", continua.

Camila espera que a produção mostre a ineficácia da guerra às drogas e amplie o debate sobre violência policial nas periferias brasileiras. "Continuamos passivamente aceitando mortes absurdas que não deveriam jamais estar naturalizadas. A gente vai falar de violência, mas do ponto de vista do amor, resistência e humano".

Assista ao trailer:


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