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HBO MAX

Série sobre o massacre de Realengo escancara efeitos do machismo em chacina

Divulgação/HBO Max

menina abraçando menino de costas em escola

Cena da série Massacre na Escola; HBO Max lança documentário sobre chacina em Realengo

Em abril de 2011, um criminoso invadiu uma escola no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, e matou dez meninas e dois meninos a tiros. Mais de uma década depois, esse caso é contado com detalhes, sob a perspectiva de pessoas próximas e sobreviventes, na série Massacre na Escola: A Tragédia das Meninas de Realengo, que chega neste domingo (9) à HBO Max.

Ao longo de quatro episódios, a produção investiga os detalhes do crime que ficou marcado como o primeiro massacre em uma escola pública no Brasil. Atualmente, a tragédia é lida mais como um feminicídio, a partir dos pontos que se ligaram com as intenções do atirador.

"Aquela informação me surpreendeu muito. A gente tinha registro do massacre, mas não a leitura do feminicídio, porque não era um crime que tinha sido justificado dessa forma na imprensa. Ficamos curiosos com essa nuance e começamos a investigar", explica Bianca Lenti, diretora da série, em entrevista ao Notícias da TV.

A produção entendeu que se trata de um crime multifatorial, mas o discurso de ódio contra mulheres foi um destaque para motivar a chacina. Por se tratar da retratação de um crime real, Bianca conta que foram necessários muitos cuidados para não cair no sensacionalismo.

"A gente quis contar essa história da forma mais cuidadosa e respeitosa possível com as vítimas, com as famílias. A gente quer evitar que essa história seja contada de forma errada, ou que discursos sejam disseminados de forma errada. Não tem cenas gráficas demais para não expor o sofrimento das pessoas, nós esperamos o tempo necessário para que as famílias pudessem falar com a gente. Foram meses de convencimento", revela.

A professora que foi a primeira a conversar com o atirador quando ele entrou na escola nunca tinha dado depoimentos à imprensa, mas aceitou participar da série documental da HBO Max. "Ela jamais tinha se sentido preparada para tocar nesse assunto, então muitas conversas foram feitas com delicadeza. Sempre dividimos a necessidade de fazer esse trabalho, a importância da contribuição para entendermos o fenômeno social que são os massacres em escolas, então tudo é muito delicado", acrescenta a cineasta.

Bianca sentiu que, de certa maneira, foi libertador para os sobreviventes falarem a respeito do assunto 12 anos depois. "Apesar de ser um tema muito doloroso, eu acho que eles queriam falar. Eles foram muito massacrados na época durante a cobertura da mídia e eram procurados para entrevistas muito rápidas e factuais. E tinha sempre uma necessidade de exposição do atirador, com as vítimas ficando sempre em segundo plano. Então tem uma lacuna entre os sobreviventes que queriam ser ouvidos, contar a versão deles e compartilhar o quanto essa tragédia impactou a vida deles até hoje", finaliza.


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