Após The Voice e Canta Comigo, cantora e atriz não vê novelas como alvo

A atriz e cantora Lílian Menezes brinca que já esteve dos "dois lados da moeda" em reality shows musicais. Ela reconhece que competir não é lá sua praia, mesmo depois de ter chegado às fases finais do The Voice Brasil (2012-2023) em 2018. Diz ainda que é preciso "muito tato, carinho e acolhimento" para lidar com novos talentos no Canta Comigo, da Record.

"Não é fácil ser julgada, como foi o caso no The Voice, e entendi que esse tipo de competição não é a minha praia, pois estava rodeada de artistas fenomenais e que, por muitas vezes, eram desclassificados. Me entristecia muito vê-los sair", explica a artista em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

"Ser jurada [no Canta Comigo] exige muita consciência sobre o quanto sua opinião, as palavras que serão usadas para justificar o seu voto ou não e a maneira como elas serão colocadas podem afetar definitivamente a longevidade desses sonhos", complementa.

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Com duas experiências tão distintas na bagagem, Lílian é contumaz ao dar um conselho para quem quer seguir uma carreira artística:

Estudar, estudar, estudar. Não tem outro caminho. E estudar nem sempre quer dizer estar numa sala de aula, ou fazer aulas particulares, ou cursos online. Estudar é estar aberto ao aprendizado na vida, quando se lê um livro, ouve-se uma música, ao assistir a um espetáculo, a um show, ao observar outros profissionais a quem você admira em seu ambiente de trabalho ou até mesmo fora dele.

"Eu estudo o tempo inteiro, busco novas fontes de informação, procuro me aperfeiçoar no meu dia a dia, para que possa oferecer à minha arte o melhor de mim quando ela solicitar", segue.

Despir-se de si mesma

Premiada por seu trabalho no espetáculo Elis: A Musical, em que divide o papel-título com a atriz Laila Garin, Lílian se despe de si mesma para encarnar Elis Regina (1945-1982).

"Esse é o meu negócio, me deixar de fora pra dar espaço a quem precisa de mim; no caso, a personagem. É o que me faz brilhar os olhos no meu ofício. É claro que só posso dar o que tenho, o que está no meu campo de conhecimento, mas amo me envolver com a vida das personagens que me habitam", comenta.

Ela não vê as novelas como um objetivo a curto prazo, mas também não despreza um dos produtos mais valorizados pelos brasileiros:

Estou sempre aberta a novos caminhos. Fazer novelas nunca foi um alvo em minha carreira, mas é sempre uma possibilidade. Eu cresci no teatro e, por anos, foi esse o meu lugar, mas hoje atuo no audiovisual e no teatro musical, coisas que eu não vislumbrava no início da minha carreira. Meu critério sempre será o meu ofício e o apreço e cuidado que tenho por ele. Quando surgir a oportunidade de fazer um trabalho bacana, avaliarei com carinho e, se achar interessante, certamente farei.