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ANÁLISE

Sem inovações, reality shows saturaram o público da TV aberta em 2024

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Participantes do BBB 24 sentados na sala da casa

Primeiro dia do BBB 24; com overdose de realities, público chega ao fim do ano cansado

GIULIANNA MUNERATTO

giulianna@noticiasdatv.com

Publicado em 21/12/2024 - 21h00

2024 foi um ano movimentado para fãs de reality shows --mas passou longe de ser bom suficiente. Entre o cansativo favoritismo e as dinâmicas confusas, cada um dos programas "da vida real" da TV aberta teve um defeito para chamar de seu. Se antes o formato era a âncora das emissoras em questão de audiência, hoje elas precisam se virar nos 30 para tentar inovar e segurar o público.

Tentativas, é claro, não faltaram --o que também acabou sendo um problema. O ano ficou marcado por uma overdose desnecessária de realities, que fizeram os telespectadores chegarem a dezembro quase que sem fôlego.

O ano começou com a 24ª edição do Big Brother Brasil, que tinha como missão se redimir de duas temporadas bem fracas. Apesar das baixas expectativas, o BBB 24 foi capaz de retomar um ritmo que não se via desde a final em que Juliette Freire se sagrou campeã.

Seu maior trunfo, porém, também foi o motivo do seu fiasco. Há alguns anos, o favoritismo exacerbado tem estragado a experiência de muitos telespectadores quando o assunto é Big Brother, e neste ano não foi diferente.

Davi Brito foi, de fato, o personagem do ano, só que sua ascensão foi tão rápida quanto sua queda. Se no BBB ele sustentou a história do herói menosprezado, fora da casa ele desistiu do sonho de ser médico e mostrou outro faceta voltada para polêmicas.

O BBB 24, apesar de ter se segurado, de certa maneira, em termos de audiência, demonstrou que pecou em conteúdo e não se sustentou para além dos 100 dias de confinamento. 

Os grandes desastres

Logo depois do Big Brother, o público foi contemplado com a segunda edição de A Grande Conquista --considerado o grande fracasso do ano da Record. Mesmo no horário nobre da emissora, o programa chegou a ter uma audiência menor do que o Hoje Em Dia, que passa na faixa da manhã. 

Confuso e sem grandes personagens, o reality foi uma das grandes contribuições para a overdose do formato para o público. Cansativo, não gerou o engajamento esperado, e ainda tentou lançar Rachel Sheherazade como apresentadora --o que não, no fim das contas, não agradou.

O fracasso pode se equiparar ao recém-chegado Estrela da Casa. Se a Globo achou que poderia cantar vitória com o BBB, o programa de Ana Clara Lima destruiu todas as chances da emissora de sair por cima da carne seca. 

Em termos financeiros, o Estrela entregou o que devia --a expectativa foi tão alta para o ambicioso projeto que as cotas de patrocínio acabaram vendidas rapidamente. A execução, porém, foi um fiasco do começo ao fim.

Mistura de BBB com The Voice, o programa uniu dinâmicas confusas a um formato pouco inovador, reutilizando a casa do próprio Big Brother e trazendo provas parecidas com as do reality consagrado, e não conquistou o público. Alguém aqui se lembra de algum participante do programa além do campeão Lucca e do casal Unna X e Matheus Torres?

A audiência baixa se arrastou durante os três meses de programa, e o fracasso foi decisivo para a saída do diretor J. B. Oliveira, o Boninho, da emissora onde trabalhou por 40 anos. 

O mesmo de sempre

Para quem ainda lembra, a Band também tem um reality show para chamar de seu. O MasterChef, em 2024, seguiu com uma nova temporada de cozinheiros amadores e também entrou para o mundo da confeitaria.

O programa, porém, virou nada mais do que uma TV de conforto. As dinâmicas previsíveis fazem com que o programa seja cada vez mais do mesmo, ainda que ele consiga se manter bem em termos de audiência no digital.

Para fechar o ano, A Fazenda 16 até passou por uma fase de recuperação do público enquanto esteve no ar e se consagrou como um dos maiores realities da vez. A concorrência, porém, não era das mais fortes, então não foi tão difícil alcançar o posto.

O problema, aqui, foi também uma edição tão previsível quanto a do BBB. A narrativa do perseguido abraçou Sacha Bali quando o elenco o acusou até de crimes injustamente. O favoritismo acabou com as chances de essa ser uma edição minimamente marcante.

Com um reality atrás do outro sem grandes inovações, a conta do ano fecha no vermelho para o formato, e fica um desafio para as emissoras irem além quando se trata de competição da vida real.


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