CORRIDA DAS DRAGS
DIVULGAÇÃO/PARAMOUNT+
Dudu Bertholini é um dos jurades da primeira temporada do Drag Race Brasil, reality da Paramount+
Dudu Bertholini deixou o Amor & Sexo (2009-2018) no mesmo ano em que o programa foi cancelado pela Globo, mas ainda carrega armas secretas que adquiriu ao longo das quatro temporadas em que esteve na bancada de convidades da atração. Um dos jurades do Drag Race Brasil, elu entende que estar associade ao programa da TV aberta é um sinal do "letramento" do público a assuntos marginalizados.
"Faz parte da minha história. Eu já falei de outras bancadas também, mas minha primeira incursão na TV no Brasil foi no Amor & Sexo. É curioso esse papel de jurade, pois lidamos muito com o sonho das pessoas também", conta Bertholini, que se apresenta como não-binárie e prefere o uso de pronomes neutros, em entrevista ao Notícias da TV.
"O Amor & Sexo era diferente, em um outro contexto, mas acho que eu sempre trago algo dele comigo. Foi um programa que trouxe uma questão de letramento racial, de gênero e de questões comportamentais urgentes que conseguimos falar na televisão aberta. Propagar isso ao público é inimaginável. Mas que bom que temos o Drag Race!", ressalta elu.
Para Bertholini, a versão brasileira do reality show de drag queens supre a falta de conteúdos LGBTQIA+ para o público. "Claro que essa experiência caminha comigo. Foi muito fundadora e muito importante para mim. O Drag Race tem um outro legado, com uma outra história também muito relevante para a nossa cultura pop e para o contexto sociopolítico que vivemos hoje", diz.
Dudu Bertholini e a humorista Bruna Braga compõem o elenco fixo de jurades do Drag Race Brasil, apresentado por Grag Queen. A atração estreou na quarta (30) no serviço de streaming Paramount+ e no canal pago MTV Brasil. Estar na primeira temporada de um reality tão aguardado pelo público é um privilégio.
"É uma honra poder representar uma temporada que é uma das mais relevantes e potentes do mundo drag. É importante se lembrar do peso da responsabilidade que existe sobre os nossos ombros, mas não deixar que isso tire nossa espontaneidade, a nossa leveza e coragem, o espírito de ser quem somos", reflete.
Eu me emociono facilmente com as participantes, me conecto e já me apaixono pela história, pelo legado, pela trajetória, pelas piadas, por aquilo que parece um defeito, mas que na verdade é o melhor efeito que ela pode entregar. Mas também não deixo que isso tire o meu viés analítico. Meu olhar crítico não tira a minha atenção aos detalhes.
Bertholini julga Drag Race como um ato político na história dos reality shows brasileiros. "Mesmo com toda essa visibilidade e esse acolhimento, o país ainda sai de um texto polarizado e com ondas conservadoras, que oprimem a comunidade LGBTQIA+. Nosso programa é político, ele é resistência. Só que é resistência com glitter, glamour e talento. São as ferramentas mais potentes e transformadoras que a gente pode ter", brinca elu.
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