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Crítica | Milagres de Jesus

Record acerta ao esconder Cristo, mas exagera nas barbas e cabelos

Chico Rasta/TV Record

Erick Maximiano, Valéria Alencar, Janaína Moura e Antonio Grassi em cena de Milagres de Jesus - Chico Rasta/TV Record

Erick Maximiano, Valéria Alencar, Janaína Moura e Antonio Grassi em cena de Milagres de Jesus

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 5/3/2014 - 9h01
Atualizado em 5/3/2014 - 19h10

Depois de obter bons resultados com suas minisséries bíblicas, a Record finalmente parece ter encontrado um eixo de direção para suas produções de teledramaturgia. Com Milagres de Jesus, coprodução da emissora com a Academia de Filmes, é notável o avanço técnico, já testemunhado em José do Egito (2013).

O texto de Renato Modesto consegue não ser tão hermético como a maioria das produções bíblicas. É inevitável que apareça ali um nome estranho ou outro termo do livro sagrado, o que não causa entrave ao entendimento. Não foge do que o público espera de produções do gênero e também não subestima a capacidade de compreensão do telespectador. 

Mostrar Jesus de costas, sem revelar o rosto do ator que o interpreta, foi uma opção diferente e acertada encontrada pelo roteiro. Uma figura tão conhecida no imaginário popular precisaria de um intérprete carismático para ser representada. Foi uma armadilha da qual a produção conseguiu escapar.

Apesar de um certo exagero na caracterização dos atores (barbas, cabelos e maquiagem por vezes excessivos), o figurino ganhou ao não se assemelhar com fantasias de escolas de samba. O mesmo pode ser dito da cenografia e da iluminação, embora ainda haja cenários artificiais.

Produções bíblicas são, sem dúvidas, uma alternativa que a Record tem para se diferenciar da concorrência, em especial da Globo, na qual tanto se espelha. Não à toa, Moisés, pensada para ser minissérie, irá se tornar novela. Mas é importante lembrar que a emissora está ligada a uma igreja, a Universal do Reino de Deus.

Enquanto produções do gênero servirem para contar histórias universais, são mais do que bem-vindas, afinal, público para isso já mostraram que têm. O problema é se resolverem usá-las como forma de pregação e a serviço da igreja. Esperemos que não.

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