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Análise | Teledramaturgia

Protagonista fraca prejudica trama central de Eta Mundo Bom!

Reprodução/TV Globo

Débora Nascimento posa nua em Eta Mundo Bom!; atriz abusa de caras e bocas - Reprodução/TV Globo

Débora Nascimento posa nua em Eta Mundo Bom!; atriz abusa de caras e bocas

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 27/2/2016 - 6h42

Logo no início de Eta Mundo Bom!, a trama das 18h da Globo, Filomena (Débora Nascimento) viu seu amor por Candinho (Sergio Guizé) impedido pela família. Não demorou muito para que ela caísse na lábia do vilão Ernesto (Eriberto Leão) e fugisse com ele para São Paulo. Enganada, perdeu a virgindade e foi obrigada a trabalhar como dançarina para sustentar o malandro, que vive se metendo em confusão.

Só nesse começo de história a mocinha já acumularia drama suficiente para conquistar seu espaço na novela, mas a atuação fraca de Débora Nascimento prejudica Filomena e faz com que a trama central de Eta Mundo Bom! perca força. Nitidamente despreparada para assumir o protagonismo de um folhetim, Débora ainda sofre para dar credibilidade a sua personagem: o sotaque é forçado, a falta de naturalidade e as expressões sem carisma em nada contribuem para a identificação imediata com Filó.

Assim, histórias coadjuvantes ganham espaço em detrimento da trama central da novela. É o caso de Maria (Bianca Bin). Grávida e viúva, ela foi posta para fora de casa e vive agora sob a guarda de Anastácia (Eliane Giardini). Como desgraça pouca é bobagem, ainda tem que aguentar as provocações de Sandra (Flavia Alessandra), enciumada por conta da relação da empregada com a tia, e as investidas e a rudeza de Celso (Ranier Cadete), incapaz de admitir que a ama e por isso a trata mal.

Bianca Bin, experiente como mocinha sofredora em outras tramas, mostra-se segura e verdadeira em cena, o que imediatamente convence o público da história a que dá vida. Outra que vive situação semelhante é Camila Queiroz. Depois de interpretar Angel de Verdades Secretas (2015), a atriz volta a surpreender em cena. Carismática, Camila deixou para trás a sensualidade de sua personagem anterior e encontrou um tom cândido para Mafalda, fato raro em uma atriz com pouca experiência e em trabalhos sem muito tempo para preparação.

Mafalda, ao contrário de Filomena e Maria, segue a linha do humor. Não fosse isso, poderia muito bem ter mais destaque do que a protagonista. Ainda que as situações em que se mete sejam recorrentes em outras tramas de Walcyr Carrasco (casamentos desfeitos à beira do altar, personagens no chiqueiro etc), a ingenuidade da moça cria forte identificação e faz o público ficar dividido entre seu romance com Romeu (Klebber Toledo) e o amor platônico que desperta em Zé dos Porcos (Anderson Di Rizzi).

E o protagonista Candinho só não foi ainda mais prejudicado pela fraqueza da intérprete de Filomena por conta do drama no qual está envolvido. A busca de Anastácia por seu paradeiro é, sem dúvida, bem mais interessante do que o sofrimento da protagonista.

Crua para o papel, Débora Nascimento ainda não conseguiu passar verdade em sua interpretação, o que só reforça a impressão de que a mocinha da história pode vir a ser outra. Concorrentes bem melhores correm por fora e podem tomar seu lugar na novela. E não devem encontrar dificuldades.


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