Vilão de Nos Tempos do Imperador chocou até Alexandre Nero: 'Personifica o mal'

Intérprete de Tonico Rocha, Alexandre Nero também se choca com as maldades do grande vilão de Nos Tempos do Imperador. O ator, que costuma buscar defesas para seus personagens, não consegue fazer o mesmo com o político da novela das seis da Globo. "Ele personifica o mal", dispara o artista.

O folhetim chega ao fim nesta sexta-feira (4) com o mistério sobre quem matou o deputado corrupto. A lista de suspeitos é extensa, já que o crápula colecionou inimigos ao longo da história.

"O Tonico foi um personagem diferente e que, pela primeira vez, não consegui encontrar defesa nele. Como ator, costumo fazer o exercício de encontrar alguma defesa no personagem. O Tonico, apesar de ser um personagem fictício, às vezes me parece muito real de tão absurdo que ele é", explica Nero em entrevista à revista Quem.

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Na trama histórica, o vilão várias vezes fez citações parecidas com as do presidente Jair Bolsonaro (PL). O ator acredita que isso provocou reflexões no público sobre pessoas reais que estão no poder.

"É uma novela de época, mas o Tonico é um cara que está aí. Eventualmente, ele pode estar em mim. A gente tem que se olhar. Os absurdos não estão apenas nos outros. A gente tem que se olhar e observar o que a gente pensa ou fala. A gente é fruto dessa educação, desse país racista, escravocrata", reflete ele.

Esse homem, o Tonico, está por aí, andando no nosso meio. Creio que ele seja o personagem com menos dualidade. Nos meus personagens, gosto de colocar a humanidade, mostrar o outro lado. Mas o Tonico é a personificação do mal. Ele fala coisas tão absurdas que não tem como defender.

Nero ainda compara as atitudes de Tonico com as de José Alfredo, protagonista de Império (2014): "O comendador tinha contradições. Ele traficava pedras, era um machistão, mas era um bom pai, por exemplo. Tinha dualidades. Era um anti-herói. Acho muito bacana quando a gente dá diversas camadas ao personagem".

"O Tonico tem muitas camadas, mas todas indo para o lado do absurdo. Tem momentos que eu acho ele tão distópico... Porém, a gente acaba vendo isso na vida real e vê que esse cara está aí. Esse cara não é fruto de ficção. Ele é assustadoramente real e atual", arremata o artista.

O folhetim de Alessandro Marson e Thereza Falcão será substituído por Além da Ilusão a partir de segunda-feira (7). A história é protagonizada por Larissa Manoela e Rafael Vitti e se passa em 1934.

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