A Vida da Gente: Júlia tem hepatite fulminante, doença que pode levar à morte

A trama de A Vida da Gente, que terminará no começo de agosto, terá mais uma surpresa no núcleo principal: Júlia (Jesuela Moro) será internada com uma doença grave. A filha de Ana (Fernanda Vasconcellos) e Rodrigo (Rafael Cardoso) terá hepatite fulminante, condição que leva à morte nove entre dez pessoas não tratadas. A única forma de cura é o transplante de fígado, que aumenta a chance de sobrevivência para 80%.

Qualquer hepatite pode evoluir e se tornar fulminante, nome que é dado quando a doença leva à necrose de grande parte do fígado. Em geral, o quadro se desenvolve entre dois e três meses após o início da doença hepática.

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As hepatites têm várias causas e podem ser transmitidas por vírus ou induzidas por uso de medicamentos, abuso de drogas ou doenças autoimunes. Na novela, a doença de Júlia não será viral, a causa será indeterminada, segundo a médica Celina (Leona Cavalli).

Os sintomas que a menina apresentará na novela são clássicos: tanto o cansaço quanto a falta de apetite podem acender o alerta para a hepatite fulminante. Os sinais mais específicos são pele e olhos amarelados, urina escura, inchaço e sangramentos que demoram a parar.

"Mas algumas doenças podem dar sintomas parecidos, como leptospirose, febre amarela e cirrose hepática", pondera Tércio Genzini, médico hepatologista.

Quando Júlia for internada seu quadro estará se agravando muito rápido, o que levará a um comprometimento neurológico. Essa consequência se chama encefalopatia hepática, que envolve sonolência, confusão mental, agitação e pode até evoluir para um coma.

Logo que os médicos descobrirem a hepatite fulminante, internarão Júlia e darão a notícia à família sobre o tratamento necessário: um transplante de fígado. De acordo com Tércio Genzini, esta é a única forma de cessar a doença. Caso contrário, apenas um em cada dez pacientes resiste. Já com a operação, o índice de sobrevivência aumenta para oito em cada dez casos.

Quem vai doar o fígado para Júlia?

Quando a família se deparar com a necessidade de transplante do órgão vital para a menina, descobrirá também que o tipo sanguíneo de Rodrigo é diferente da filha, e Ana se prontificará a doar. No entanto, Lúcio (Thiago Lacerda) lembrará que a mãe biológica não pode ser a doadora, já que seu fígado tem uma lesão pelos medicamentos que tomou durante os quatro anos em coma.

"O doador precisa ser uma pessoa saudável, com tipo sanguíneo compatível e com tamanho e anatomia do fígado suficientes e adequados à divisão do órgão para não haver prejuízo ao doador, além de ter o benefício esperado no receptor", justifica o médico Tércio Genzini, que também é cirurgião de transplantes.

É aí que os pais da criança precisarão considerar outros parentes de sangue para fazer a doação do órgão. Manuela (Marjorie Estiano), tia que criou Júlia desde bebê, será a escolhida.

O transplante entre pacientes vivos só é possível naqueles órgãos duplicados ou que possam ter partes retiradas: rins, medula óssea, pulmão ou fígado. Mesmo assim, o sucesso da cirurgia depende da situação de quem está recebendo o órgão, e é mais provável em quem tem respiração espontânea, sem intubação, pressão adequada e rins funcionando bem.

No último capítulo da novela, o público descobrirá que a operação deu certo tanto em Júlia quanto em Manuela, mas a criança ainda ficará sob risco por alguns dias. Só depois da passagem de duas semanas, no mesmo episódio, Lúcio confirmará que a filha de Ana e Rodrigo está curada.

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