Remake de Ti Ti Ti tem mais zum-zum-zum que primeira versão; veja as diferenças

O telespectador mais desatento pode até se enganar ao assistir à abertura de Ti Ti Ti (2010), que chega ao Vale a Pena Ver de Novo nesta segunda (29). A sequência é uma cópia fiel das tesouras e agulhas que também se digladiavam na primeira versão em 1985, mas o folhetim de Maria Adelaide Amaral não seguiu os roteiros originais ao pé da letra.

A escritora misturou diversas tramas de Cassiano Gabus Mendes (1927-1993) para fazer uma homenagem ao "mestre", já que ela foi uma colaboradora contumaz do pai de Cássio e Tato Gabus Mendes. A novelista também não teve medo de mexer nas histórias para trazê-las aos dias atuais --com direito às redes sociais e mais diversidade.

Jacques Leclair (Alexandre Borges), por exemplo, foi repaginado para virar um estilista cafona, especializado em fazer vestidos espalhafatosos para madrinhas de casamento em um ateliê na zona leste de São Paulo. Ele tinha um gosto menos duvidoso em 1985, quando era queridinho da elite paulistana e fazia figurinos arrojados para peruas do Jardins, na zona oeste.

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Maria Adelaide ainda se apropriou do fio central de Plumas & Paetês (1980) para recriar a história de Marcela, que foi de Elizabeth Savalla originalmente e ficou com Isis Valverde na segunda versão. Se antes a protagonista pegava uma carona com um rapaz e sua noiva, mas assumia o lugar da jovem após um acidente, agora ela se envolve com um casal homoafetivo.

Em 2010, Marcela assume o posto de namorada de Julinho (André Arteche), que temia ver a família de Osmar (Gustavo Leão) despedaçada ao descobrir que o garoto era gay após a sua morte trágica.

Mario Fofoca: de Elas por Elas para Ti Ti Ti

Vaivém

A roteirista, além disso, promoveu uma dança das cadeiras em alguns casais, fazendo Ariclenes (Murilo Benício) se apaixonar perdidamente por Marta (Dira Paes) e esquecer a ex-mulher Suzana (Malu Mader). Luti (Humberto Carrão) se viu dividido entre Val (Juliana Paiva) e Camila (Maria Helena Chira) --com direito a um final feliz diferente da primeira exibição.

Outros personagens mais icônicos de Gabus Mendes também deram as caras, como o detetive particular Mário Fofoca (Luis Gustavo) de Elas por Elas (1982). A participação duraria apenas duas semanas, mas deu tão certo que o investigador continuou até o último capítulo.

Marília Pêra (1943-2015) revisitou Rafaela Alvaray, de Brega & Chique (1987), enquanto Eva Todor reviveu a ex-vedete Kiki Blanche, de Locomotivas (1977). O público ainda ouviu mais uma vez o bordão "divina Magda", imortalizado por Guilherme Karan (1957-2016), quando Vera Zimmerman reprisou a personagem homônima de Meu Bem, Meu Mal (1990).

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