Remake de Renascer transforma Ritinha para explorar tema esquecido em 1993

Ritinha (Mell Muzzillo) é provavelmente uma das personagens que mais passou por mudanças no remake de Renascer. A jovem, que foi interpretada por Isabel Fillardis em 1993, chegou para dar mais protagonismo à questão dos povos originários --que até foi explorada por Benedito Ruy Barbosa, mas não exatamente na primeira versão da novela das nove da Globo.

Bruno Luperi já tinha começado a discutir o tema ao escalar Adanilo para viver Deocleciano na primeira fase. O ator até disse ao Notícias da TV que tinha a missão de honrar os encantados do folclore e da cultura brasileira, além de seus ancestrais indígenas.

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Esse movimento continuou na escalação de Mac Suara para o papel de Chico das Mortes, pai de Ritinha, antes vivido por Grande Otelo (1915-1993). O folhetim, assim, abarca um pouco da grande presença dos povos indígenas no Sul da Bahia, que serve de cenário para a história.

Esses grupos, como os pataxós e os tupinambás, foram brutalmente atacados e retirados de suas terras para expansão dos cacaueiros na região. Um dia antes da estreia de Renascer, uma mulher pataxó foi assassinada em Potiraguá (BA) após fazendeiros tentarem expulsar indígenas que ocupavam uma fazenda na região.

Outro ponto interessante no folhetim é a relação de Chico com a mãe de Ritinha, Inácia (Edvana Carvalho), que aborda indiretamente a relação entre comunidades indígenas e quilombolas no sul da Bahia.

Sexualidade também

Uma mudança em Zinha (Samantha Jones) também impacta diretamente Ritinha, já que as personagens delas se envolveram na versão original. A melhor amiga de José Pedro (Juan Paiva), porém, não era uma mulher em 1993 --e, sim, Zinho (Cosme dos Santos).

Um possível envolvimento amoroso entre elas também traria outro assunto à baila, o da bissexualidade. Afinal, nos capítulos mais recentes, a filha de Inácia tem trocado beijos --dos mais ardentes-- com Damião (Xamã).

Renascer foi escrita e criada pelo autor Benedito Ruy Barbosa. A primeira versão foi ao ar na Globo em 1993. Bruno Luperi é neto do novelista e responsável pela adaptação da saga rural que estreou no horário nobre em janeiro. O remake ficará no ar até setembro.

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