Racista em Malhação, atriz diz que é mais fácil matar do que insultar negros

Intérprete de uma personagem racista em Malhação - Toda Forma de Amar, Christine Fernandes diz que é mais fácil atuar cometendo assassinato do que insultando pessoas negras. "Eu já matei uma pessoa sufocada em cena e não foi tão difícil quanto chamar uma pessoa de insultos racistas, é mais doloroso do que matar", conta a atriz.

Em entrevista à revista Quem, Christine defende as inúmeras críticas a Karina, sua personagem na novela adolescente. No capítulo da última quarta-feira (2), a mãe de Milena (Giovanna Rispoli) chamou Vânia (Olívia Araújo) de "crioula", que por sua vez disse que iria denunciá-la à polícia por crime de racismo.

POSSUÍDO DE ÓDIO

Em Renascer, Egídio arma chacina de filhos de Inocêncio: 'Acabar com essa praga'

SENSITIVA

Novela Renascer: Teca briga com Buba, foge para fazer aborto e tem premonição

"A minha personagem é abominável, não tenho o que dizer. É absurdo, as atitudes dela são absurdas", pontuou a atriz, que ressalta a dificuldade em gravar falas tão duras e ofensivas. "É tão distante da minha realidade. Meus melhores amigos são negros, meu compadre é negro, meu afilhado é negro, então isso foi tão doloroso pra mim", explica Christine. 

A atriz de 51 anos espera que a personagem faça o público perceber que existem muitas mulheres brancas racistas na sociedade até hoje, e como isso é inaceitável. 

Christine diz admirar todos os outros assuntos que a novela aborda. "A Malhação hoje em dia é muito mais real, mostra a realidade que a gente vive no Rio de Janeiro que é a baixada, a zona sul, e a discrepância entre elas. Eu acho isso muito interessante porque quanto mais perto a gente chegar da realidade menos fantasias os jovens vão ter", afirma. 

Apesar de viver uma personagem tão odiada, Christine agradece por ver que os telespectadores sabem separar realidade da ficção, já que recebe muitas mensagens pelas redes sociais. "Falam da personagem, mas em relação a mim, as poucas pessoas que me seguem sabem de fato quem eu sou, não confundem muito", finaliza.