Quem foi Tião em Renascer em 1993? Ator saiu da Globo após briga na novela

Tião Galinha, um dos personagens mais marcantes de Renascer, foi interpretado por Osmar Prado na primeira versão da novela, em 1993. O ator pediu para sair da novela após ter um embate com um executivo da Globo. O personagem já tinha a morte prevista na história, mas sua saída foi antecipada por conta do desentendimento nos bastidores.

Prado já tinha longa e consolidada carreira na teledramaturgia nacional quando aceitou o papel de Tião, o homem obcecado pelo diabinho na garrafa, em Renascer.

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"O Benedito Ruy Barbosa me convidou, e eu já tinha trabalhado com o Luiz Fernando Carvalho, com parcerias muito frutíferas. Na época, eu estava mergulhado na história da Guerra de Canudos [ocorrida na Bahia entre 1896  e 1897]. Então, tudo conspirou a favor. Eu mergulhei no Tião Galinha. Por onde eu passava nas ruas, as pessoas me paravam para falar sobre esse trabalho", disse ele em entrevista ao jornal O Globo, no último dia 1º.

Durante a novela, no entanto, o ator teve uma briga com um executivo da Globo. O caso foi tão sério que ele pediu para deixar a produção antes do que estava programado para seu personagem.

"Pedi para antecipar a morte porque bati de frente com um executivo. Benedito me ligou e perguntou se eu gostaria que ele interviesse. Respondi: 'Não, quero que mate o personagem, já que ele vai morrer mesmo'. Aí fui para São Paulo fazer teatro", explicou.

Após Renascer, Prado ficou cinco anos sem fazer novelas na Globo. Ele foi para o SBT, onde atuou em Éramos Seis (1994), Sangue do Meu Sangue (1995) e Brava Gente (1996).

Voltou à Globo em Meu Bem Querer (1998) e, desde então, atuou em dezenas de novelas e séries na casa. Seu trabalho mais recente foi em Pantanal (2022), no papel do Velho do Rio. Ele recusou um papel no remake de Renascer.

Final de Tião Galinha em Renascer

Na versão original da novela, Tião se rebelou contra o coronel Teodoro (Herson Capri) --que na edição atual corresponde a Egídio (Vladimir Brichta)-- e passou a discursar a favor dos direitos dos trabalhadores. Quando o coronel sofreu um atentado, ele se tornou o principal suspeito. A tocaia, na verdade, foi arquitetada por Deocleciano (Roberto Bomfim) e Damião (Jackson Antunes).

Tião foi preso injustamente e se sentiu humilhado ao levar um tapa na cara de um dos carcereiros. "Eu não vou aguentar", declarou. Logo em seguida, ele tirou a própria vida ao se enforcar numa cela. O personagem ainda deixou um bilhete no qual expôs a situação precária dos funcionários da fazenda do vilão.

"Quem trabalha e mata a fome não come o pão de ninguém. Quem ganha mais do que come sempre ganha o pão de alguém. A escritura sagrada é a escritura de terra? Eu só queria um bocadinho de terra, pra mó de plantar minha rocinha e criar meus filhos", escreveu.