ALINE BORGES
ESTEVAM AVELLAR/TV GLOBO
Aline Borges interpreta a psiquiatra Selma na novela Éramos Seis: inspiração em mulheres reais
DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro
Publicado em 7/3/2020 - 5h17
Aline Borges revela que se inspirou em um dos trabalhos de Gloria Pires no cinema para compor a sua terapeuta Selma em Éramos Seis. Com isso, a sua personagem se torna uma homenagem à psiquiatra Nise da Silveira (1905-1999), papel que foi da intérprete de Lola na cinebiografia Nise: O Coração da Loucura (2016).
A brasileira revolucionou os cuidados com saúde mental no Brasil ao abolir alguns tratamentos considerados cruéis, como os eletrochoques e a lobotomia. As sessões em que Justina (Julia Stockler) se vê com pincéis e tintas para entender o seu trauma foram baseadas nas experiências da médica no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro 2º, no Rio de Janeiro.
"A primeira vez que Selma a deixa livre para desenhar em sua mesa me remeteu imediatamente às cenas da Gloria no filme. Eu me emocionei ao gravar e novamente em casa ao assistir à sequência. E me comoveu o quanto a arte tem esse poder de desatar nós, de falar além do que a gente pode só com palavras", pondera a carioca.
Assim como Selma no remake de Angela Chaves, Nise incentivava os seus pacientes a usarem sua criatividade para expressar dores e bloqueios. Boa parte dessa produção ainda existe e está em exibição no Museu de Imagens do Inconsciente, fundado em 1952 na capital fluminense.
"O longa serviu para mim como pesquisa, já que me alimentei muito de como a Gloria fez essa protagonista brilhantemente. Ela mostrou de uma forma muito delicada a relação da Nise com aquelas pessoas. Sempre que entrava no estúdio para gravar, via alguns flashes dela contando essa história", diz a atriz.
REPRODUÇÃO/TV ZERO
Gloria Pires interpreta a psiquiatra Nise da Silveira no filme Nise: O Coração da Loucura (2016)
Assim como Selma, Nise também foi uma das primeiras mulheres a se formar em Medicina no Brasil, a única em uma turma de 157 homens. "Sou muito feliz em ter uma personagem tão empoderada numa época como a década de 1930. Tem um significado especial, ainda mais por se tratar de uma pessoa negra", emociona-se.
O preconceito racial foi retratado em momentos como quando Emília (Susana Vieira) não aceitou que a clínica examinasse sua filha por conta da cor de sua pele. Essa trama também foi baseada em uma narrativa real, a da socióloga e psicóloga Virgínia Bicudo (1910-2003).
Ela foi a primeira professora universitária negra do país. Em seus livros e teses, abordou com pioneirismo a questão da discriminação racial nas cidades brasileiras.
"A Selma é uma mistura das duas. Quando chegou o convite para participar da novela, a gente focou muito na Nise. Depois, quando apareceu a figura da Virgínia, percebi que talvez ela fosse a grande inspiração que eu precisava para o papel", revela Aline.
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