DIOGO ALMEIDA
Reprodução/TV Globo
Diogo Almeida na reta final de Amor Perfeito: personagem é marco na dramaturgia nacional
Amor Perfeito entra em sua última semana com a sensação de dever cumprido entre elenco e equipe. Para Diogo Almeida, intérprete do mocinho Orlando, a experiência de protagonizar um folhetim foi, ao mesmo tempo, empolgante e exigente. "Nesses meses todos, eu me doei por inteiro para a novela. É maravilhoso atuar na Globo, estou muito feliz, mas requer uma dedicação imensa", admite.
"Eu passava o dia todo gravando e, quando chegava em casa, não conseguia descansar. Tomava banho, comia alguma coisa e tinha que pegar o texto do dia seguinte para estudar. Ia dormir, acordava 5h30 para estudar novamente. Meu foco era quase que 100% voltado para Amor Perfeito", conta Almeida, que até tentou conciliar as gravações com os seus atendimentos como psicólogo, mas rapidamente percebeu que seria impossível dar conta de tudo.
Tanto esforço, é claro, valeu a pena. "Viver um protagonista de novela na Globo é um momento muito importante. Eu trabalhei, estudei e suei muito para estar nesse lugar. Sempre busquei dar o meu melhor em tudo o que fiz, e agora não seria diferente. A gente precisa mergulhar para fazer algo que emocione. É um respeito com quem está nos assistindo e uma maneira de agradecer por esse espaço", resume o ator em uma conversa exclusiva com o Notícias da TV.
As gravações de Amor Perfeito chegaram ao fim no sábado passado (9). A última cena foi em uma cachoeira em Teresópolis, na Serra Fluminense. Almeida brinca que o cenário não poderia ser mais adequado. "Gravei a cena, tomei um banho na cachoeira, fiz meus agradecimentos, minhas orações, meu mantra, e de alguma forma lavei o Orlando ali. Eu voltei, ele seguiu."
O galã sabe, porém, que se desprender do personagem não será tão fácil assim. Até porque o médico que conquistou Marê (Camila Queiroz) no folhetim representa algo muito maior do que apenas um personagem de novela: ele colocou no holofote a população preta, durante tanto tempo escondida ou relegada a papéis de serviçais no audiovisual brasileiro.
"Foi muito importante para mim ser o protagonista de uma novela, mas foi importante para muito mais gente também. As pessoas me escrevem nas redes sociais, vêm falar comigo nas ruas, e é bonito ver o brilho no olhar delas. Elas se sentem, sim, representadas. Amor Perfeito trouxe homens e mulheres pretas em lugares que não eram mostrados antes, o que não significa que não existiram. Temos registros de homens pretos médicos na década de 1940, principalmente em Minas Gerais e na Bahia. Mas isso não tinha espaço na TV."
É gostoso ver o carinho das pessoas. Não só por mim, mas pelo Levi [Asaf, intérprete de Marcelino], porque as crianças se espelham nele. Quando eu era menino, não tinha referência de criança preta na televisão. Como não tinha referência de homem preto protagonista de novela. E hoje nós temos. Foi uma luta que eu comprei porque sempre acreditei que era possível.
Além da representatividade, a novela criada por Duca Rachid e Júlio Fischer escrita também por Elísio Lopes Jr. acertou em cheio ao fazer de Marê e Orlando mocinhos nada tradicionais. Ao contrário do que ocorre em outras histórias, os dois não se envolveram em triângulos amorosos nem caíram cegamente nas armações dos vilões. Pelo contrário: quando o médico se aproximou de Gilda (Mariana Ximenes) e aceitou se casar com ela, foi como parte de um plano da própria protagonista!
"Sabemos que a estrada nos fortalece. As dificuldades, os tropeços, o joelho ralado, todas essas experiências fazem com que nós sigamos com mais firmeza, com mais força. Eu vejo a Marê e o Orlando muito por esse viés. Logo de início, eles passaram por muita coisa. Ela foi presa, vítima de uma armação. Ele perdeu o pai, a mãe tuberculosa, suou para conseguir se formar em Medicina, teve um filho que nunca soube onde estava... Tudo isso fez com que eles ficassem mais fortes, sem dúvida", lista o ator, confiante.
Diogo Almeida só perde o rumo quando é questionado sobre o rótulo de galã que ganhou no decorrer deste ano. "Não fico pensando muito nos elogios, não é o que eu coloco na frente", minimiza, sem graça. "Eu administro bem, fico feliz de verdade com o carinho das mulheres, dos homens. Quando aparece esse lugar do galã, não tem como eu rejeitar. Até porque ele não era ocupado por homens pretos até recentemente. Seria um erro negar, então agradeço, mas não me alongo muito (risos). Prefiro focar em evoluir no trabalho."
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