Roberto Cordovani
Reprodução/TV Globo
O ator Roberto Cordovani em cena como o vilão Sebastião de Novo Mundo; ele fez sucesso com o público
FERNANDA LOPES
Publicado em 22/4/2020 - 5h30
Atualizado em 22/4/2020 - 5h31
Quando interpretou Sebastião Quirino, um vilão cruel, soberbo e preconceituoso em Novo Mundo (2017), Roberto Cordovani chegou a ter medo de ser hostilizado nas ruas pelas maldades que fazia em cena. Mas ele estava enganado. O ator conta que foi recebido com carinho pelo público até fora do Brasil. Em Portugal, foi perseguido por fãs num shopping.
"Agora não saio de casa, mas na época em que a novela passava [originalmente] eu tinha medo da reação do público. Sabe como é, sempre tem alguém mais alterado, que se identifica com os personagens que Sebastião fez sofrer. Mas não, para minha surpresa todo mundo foi muito querido, as pessoas realmente se aproximavam com muito respeito", lembra.
"Moro em Portugal, e quando a novela estava passando lá fui ao shopping. Eram centenas de pessoas me seguindo, querendo falar comigo, me tocar. É uma coisa que você não espera, principalmente em outro país. Agora, durante a reprise, tenho recebido muitas mensagens de pessoas me parabenizando", diz Cordovani.
Sebastião, o desumano e racista senhor de escravos, foi o primeiro e até agora único papel de Cordovani numa novela. Ator desde os anos 1980, ele fez muito teatro e vive na Europa há 34 anos, apresentando suas peças entre Portugal e Espanha.
"Em todos os espetáculos na Europa, eu sempre me apresento em português. Já percorri nove países e cerca de 360 cidades europeias com meus espetáculos. Trabalho muito. Agora, de uns anos pra cá eu tenho ficado mais no Brasil", relata. Por suas peças, em que frequentemente vive personagens femininas, ele já foi premiado em festivais na Inglaterra, na Escócia, na Espanha, em Portugal e na França.
O convite para Novo Mundo aconteceu quando Cordovani fazia um espetáculo no Brasil e foi visto pelo diretor artístico da novela, Vinicius Coimbra. "O que me moveu a fazer esse personagem é a riqueza que, como ator, eu podia explorar muito. Sebastião tem vários niveis, ele é terrível, é medroso, é frágil, às vezes ele é patético, e por ser patético acaba se tornando cômico", opina o ator.
Atualmente, Cordovani está morando em São Paulo, onde entraria em cartaz neste mês com uma nova peça, que foi adiada devido à pandemia do coronavírus. Ele tem assistido à novela todos os dias e afirma que gostaria de voltar à teledramaturgia, com um personagem que lhe ofereça tantas possibilidades quanto Sebastião.
Para o ator, é muito bom que a Globo tenha escolhido Novo Mundo para ser reprisada justamente neste momento, porque a novela oferece uma oportunidade para os brasileiros conhecerem e entenderem melhor a história do país.
"[Sebastião] ajuda a contar a história do Brasil e [ajuda] o povo a entender por que o brasileiro muitas vezes é corrupto, mente, empurra com a barriga. São as influências europeias. O texto é muito legal. Os autores tentaram e conseguiram mostrar muitas das falcatruas desse Brasil, dos brasileiros que buscam sua identidade. Acho que vale a pena rever essa aula histórica e artística que é Novo Mundo", defende.
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