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'Não vai ter casamento' gay em Amor à Vida, diz Walcyr Carrasco

Estevam Avellar/TV Globo

Félix (Mateus Solano) consola Niko (Thiago Fragoso) em cena da novela Amor à Vida, da Globo - Estevam Avellar/TV Globo

Félix (Mateus Solano) consola Niko (Thiago Fragoso) em cena da novela Amor à Vida, da Globo

REDAÇÃO

Publicado em 19/1/2014 - 17h56

Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) vão terminar juntos a novela Amor à Vida, no próximo dia 31. Da mesma forma, Eron (Marcello Antony) e André (Eriberto Leão), o novo cirurgião-chefe do hospital San Magno. 

Mas não vai ter cena de casamento, ao contrário dos casais heterossexuais: Bruno (Malvino Salvador) e Paloma (Paolla Oliveira) renovam os votos, enquanto Pilar (Susana Vieira) e Maciel (Kiko Pissolato), Carlito (Anderson di Rizzi) e Valdirene (Tatá Wernerck), Natasha (Sophia Abrahão) e Thales (Ricardo Tozzi), Rafael (Rainer Cadete) e Linda (Bruna Linzmeyer) e Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall) vão para o altar ou têm suas relações abençoadas.

Em entrevista ao blog Terraço Paulistano, da revista Veja, o autor de Amor à Vida, Walcyr Carrasco, explica porquê não vai ter casamento de personagem gay em uma novela que trouxe à tona a homofobia e exibiu casais homossexuais como quaisquer outros casais:

"Não vai ter casamento. Essa semana teve um boato na internet que haveria o casamento de Félix e Niko numa igreja evangélica. Uma grande bobagem. Eu sinto que foi uma tentativa de grupos de desestabilizarem o respeito que tenho tratado os evangélicos na novela. Assim como peço respeito aos evangélicos, peço aos homossexuais e a toda diferença. Amor à Vida significa tolerância ao outro".

Pelo roteiro entregue aos atores, Félix e Niko têm final feliz. Montam um restaurante e vão morar na praia, cuidando do homofóbico César (Antonio Fagundes).

Carrasco disse à Veja também que não era intenção discutir a homofobia:

"Aquestão dos gays e da homofobia acabou tomando conta da novela, embora esse não fosse um tema forte no projeto inicial. Esse é um assunto que está sendo falado no mundo inteiro. Vários Estados americanos estão aprovando o casamento gay, outros lugares tomam medidas contra os gays… As pessoas aderiram a essa discussão. No Natal, por exemplo, a mulherada da minha família ficou especulando se o Félix se casaria com o Niko. Eu fazia cara de esfinge porque não comento nada da trama com ninguém. Até que uma sobrinha minha fez uma observação interessante: 'Há cinco anos, jamais falaríamos com tanta naturalidade sobre um casal gay…'".

A redenção de Félix, por ser vítima da homofobia, também não foi planejada, segundo o autor. "Não planejei a transformação do Félix de vilão em mocinho. Fui sentindo a história e criando. O Félix agradou o público e abriu a discussão sobre homofobia, que tomou conta da trama. Fiquei feliz com isso", falou ao repórter Ricky Hiraoka.

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