Fãs de As Five puxam orelha de ator por beijar Keyla em Nos Tempos do Imperador

Diego quase conseguiu acabar com a felicidade de Pilar (Gabriela Medvedovski) em Nos Tempos do Imperador, e os fãs de Malhação - Viva a Diferença (2017) tiveram um motivo a mais para puxar a orelha de Mouhamed Harfouch. Eles viram os beijos dos "ancestrais" de Keyla e Bóris como uma traição a outra five --Lica (Manoela Aliperti).

Em entrevista ao Notícias da TV, o intérprete diz que foi um prazer encontrar parte de suas alunas no folhetim de Cao Hamburger em uma situação completamente diferente:

Eu tenho um carinho enorme por elas. A gente fez uma das temporadas mais lindas de Malhação, que produziu um spin-off. Foi um trabalho que deu muito certo, ganhamos até um Emmy. Só que uma galera acusou a Keyla de ter puxado o tapete da Lica, porque era ela que se apaixonava pelo Bóris. Outros acharam estranho ver a gente se beijar. [Acho] Bacana, porque mostra que os personagens realmente marcaram o público.

Harfouch diz que o diretor do colégio Grupo também foi fundamental para ajudá-lo a despistar o público, já que Diego destoa completamente de seus últimos bons moços --a exemplo de Daniel, de Amor de Mãe (2019); e Ali, de Órfãos da Terra (2019).

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Um dos motivos para querer muito fazer o papel é por Diego ser um cara acima de qualquer suspeita, mas que guarda um segredo. Ele se apresenta como um advogado, abolicionista e republicano, mas começa a ter atitudes que vão surpreendendo. A graça foi não contar para ninguém, mas vocês [da imprensa] foram mais rápidos e, quando vi, já tinham soltado (risos).

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Da ficção para os jornais

Um dos momentos mais reveladores de Diego foi se mostrar racista bem na frente de Samuel (Michel Gomes), ao dizer que Pilar deveria ficar "com alguém igual a ela". Uma vilania que, para Harfouch, foi mais tranquila do que ter que se deparar com pessoas que ainda tem a mesma cabeça do seu personagem do século 19:

Construir a cena foi muito mais fácil do que abrir o jornal e ler notícias sobre o preconceito, sobre crimes raciais. O mais desconfortável é ver que perdura até hoje. Amassa a gente. Eu ficaria feliz se esse tipo de atitude ficasse restrito à ficção. Já a minha troca com o Michel foi linda e festejada por ambos.

O artista também elogia Alessandro Marson e Thereza Falcão por colocarem o dedo na ferida e trazerem à tona assuntos tão pertinentes ao Brasil atual em uma trama de época. Ele, inclusive, estava escalado para participar de Novo Mundo (2017), mas acabou deixando a produção.

"Por razões da vida, acabou que eu não fiz. Nem poderia fazer Nos Tempos do Imperador, porque eu ainda estava em Órfãos da Terra quando o elenco entrou em preparação. Eu nunca imaginei fazer parte dessa obra, até que veio a pandemia", relembra.

Assim como os autores, Harfouch igualmente se posiciona nas redes sociais sobre a crise social e política, além de ser um dos embaixadores do Instituto Adus --atuando no apoio à integração de refugiados e vítimas de migração forçada.

O meu posicionamento vem como cidadão antes do artista. A questão é delicada, mas é inegociável. Trata-se de respeito, caráter, princípio, valores. Ninguém pode apoiar a intolerância, a negação da ciência, a truculência, a negligência. Não há cultura, vida ou sociedade que resista ao desestímulo e à desesperança.

Nos Tempos do Imperador se passa cerca de 40 anos depois dos acontecimentos de Novo Mundo (2017). Além dos spoilers, o Notícias da TV também diariamente publica os resumos da novela das seis.

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