Ex-prostituta em Amor Perfeito, atriz faz 'folia diabólica' e compete com mocinha

Doze anos depois de viver Clara em Passione (2011), Mariana Ximenes voltará à vilania. E a atriz está se divertindo com os absurdos e o "sabor" de Gilda, sua personagem em Amor Perfeito. Ela recorreu até a um conceito de Sigmund Freud (1856-1939) para explicar a relação da megera com Gaspar (Thiago Lacerda): folia a dois. Os comparsas querem mais é ver o circo pegar fogo na próxima novela das seis da Globo.

Segundo o conceito do pai da psicanálise, duas pessoas, geralmente da mesma família, compartilham sintomas psicóticos e influenciam o comportamento um do outro. No caso deles, Gilda é a mente manipuladora. É ela que faz Gaspar cometer as mais diversas atrocidades, sempre tentando tomar tudo o que Marê (Camila Queiroz) tem. 

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"Estou aproveitando para me divertir, e espero que as pessoas também", adianta a atriz, rindo, na entrevista de lançamento da novela. "Apesar de tanta maldade que ela faz, ela tem um lado divertido. Mas ela também tem um passado bem duro. E esse passado... Ela era prostituta, e isso vai reverberar na conduta dela. Então ela vai se atropelando e vai fazendo maldades sem limite nenhum", adianta.

Ela não tem ética, ela não tem moral, e vai fazendo o que tem que fazer para ela permanecer no topo. É uma vilã que eleva tudo às últimas consequências. E ela premedita os crimes também. Às vezes tem uma ação por impulso, mas ela vai premeditando os crimes de acordo com a sua necessidade.

Ainda assim, a autora Duca Rachid afirma que a personagem e seu comparsa serão "transformados" pelo amor. Aí é que entra Marcelino (Levi Assaf), o filho perdido de Marê --o menino é tirado dos braços da mãe assim que nasce, pois ela é presa injustamente pelo assassinato do pai, Leonel (Paulo Gorgulho), cometido pela própria Gilda. "Ela vai ficar envolvida por essa criança tão linda e tão amorosa, vai mexer com ela, não vai ter jeito", conta a atriz.

Ainda que a personagem mostre atitudes perturbadoras, os autores deixam claro que a vilã sempre fora sensível. Ela e Gaspar são "potentes para o amor", podem "vivenciar esse sentimento com intensidade". O problema da vida dela foram as limitações em sua infância, que regaram a "semente do mal" de sua personalidade.

Maldade justificável?

Quando a personagem, enfim, juntou-se com Leonel e conheceu o poder e a elegância decorrente de uma alta posição social, ela não quis mais largar. Por isso, fez o que fez contra o marido e a enteada. Mas Mariana não pensa que isso serve como defesa para os atos da megera:

Ela foi formando essa falta de caráter, de ética, de moral, por conta de toda a criação dela. Mas a gente não pode justificar as maldades que ela comete por conta disso. E ela compete com a Marê, quer o que a Marê tem. Então não posso defender muito, não. 

Júlio Fischer, o outro autor da trama --ele assina a novela junto de Duca--, no entanto, defende que a personagem precisa ser vista com uma dose de compreensão. "A Gilda teve uma infância miserável. No fundo, o que ela busca é um preenchimento de afeto, ser reconhecida, ser valorizada. Ela quer preencher alguma coisa que faltou lá na infância", afirma.

Nisso, ela se assemelha a Gaspar, seu parceiro de crime. Mas nem por isso eles darão descanso um ao outro: "Tem uma iminência de que, em algum momento, tudo pode desandar entre eles, e a coisa pode ganhar um desdobramento que a gente não imagina. Há uma tensão entre eles; os dois não são exatamente parceiros em navegação de cruzeiro", afirma Thiago Lacerda. "As nossas cenas... Tem também muito ritmo, uma pulsação, uma temperatura", complementa a atriz.

Amor Perfeito estreia no próximo dia 20, no lugar de Mar do Sertão. A trama será protagonizada por Camila Queiroz, Diogo Almeida e Levi Asaf.

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