Erva daninha de Terra e Paixão, Agatha é reencarnação de 1ª serial killer da história

Agatha (Eliane Giardini) sempre oferece uma xícara de chá a quem vai visitá-la em Terra e Paixão. Emmy (Claudia Raia), porém, já deixou bem claro os riscos de aceitar a bebida. Afinal, a mãe de Caio (Cauã Reymond) é conhecida por batizar a iguaria com veneno --tal qual Locusta, considerada a primeira assassina em série da história.

Walcyr Carrasco e Thelma Guedes recorreram até a filmes de terror para movimentar a novela das nove da Globo. Eles, inclusive, recriaram uma das cenas mais icônicas de Corra! (2017), quando a ex-mulher de Antônio (Tony Ramos) dopou Irene (Gloria Pires) com ervas.

Os autores aparentemente gostaram bastante de transformar Agatha em uma especialista em plantas venenosas. Não à toa, já misturaram uma série de outras referências a substâncias tóxicas que causaram bastante estrago durante os séculos.

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Agatha, por exemplo, tem um quê de Lucrécia Bórgia (1480-1519). A nobre italiana era filha ilegítima do papa Alexandre 4º (1431-1503) e ficou conhecida por envenenar seus inimigos com uma poção conhecida como "cantarella". 

Os registros históricos indicam que a substância era um pó branco de gosto marcante, salpicado em bebidas e comidas. De acordo com Emmy, a personagem de Eliane Giardini também tem as próprias receitas --capazes de serem feitas até em situações mais adversas, como dentro de um presídio.

O rastro de destruição deixado por Agatha, porém, é mais parecido com o de Locusta no Império Romano. Ela ficou tão famosa pelos venenos capazes de não deixar qualquer rastro que chamou a atenção até de Nero (37-68).

A polícia imperial --a aediles curules-- chegou a investigá-la por diversas vezes, mas não foi capaz de condená-la justamente pela habilidade de não deixar nenhum vestígio.

Não à toa, o número de vítimas de Locusta é bastante incerto, mas elas vão de senadores a grandes comerciantes. Ela usava diversos materiais, mas um de seus venenos mais conhecidos tinha até sangue humano na composição.