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ATRIZ COM NANISMO

Ela sofreu bullying e já foi anã de Xuxa; agora será estrela de novela das nove

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Juliana Caldas, atriz com nanismo que estará na próxima novela de Walcyr Carrasco - Divulgação

Juliana Caldas, atriz com nanismo que estará na próxima novela de Walcyr Carrasco

FERNANDA LOPES

Publicado em 20/3/2017 - 5h21

Portadora de nanismo, a atriz Juliana Caldas, 30 anos, está prestes a realizar um sonho: terá um papel importante em uma novela. Ela foi selecionada pela Globo para interpretar uma anã, filha de Marieta Severo, que enfrenta a sociedade ao namorar um rapaz de estatura normal. Será uma das atrações da trama que Walcyr Carrasco escreve para a faixa das 21h, no ar a partir de outubro.

Juliana foi proibida pela Globo de dar entrevistas. Ela revelou toda a sua trajetória em uma recente participação no Programa Especial, da TV Brasil. "Adoraria fazer um drama. Gosto de comédia, mas gostaria de me desligar um pouco desse lado da comédia com o pequeno [de piada sobre anões], porque é sempre assim", disse ao programa da TV pública.

Juliana começou a carreira com teatro infantil no parque O Mundo da Xuxa, de Xuxa Meneghel (que fechou em 2015).

"Comecei a carreira em um parque de diversão, onde eu me fantasiava como personagens e fazia uma apresentação de 30 minutos para a criançada. Nesse parque infantil acabei conhecendo outros atores e quis trabalhar mais na área. Entrei em teatros musicais infantis", conta. Ela já atuou em espetáculos como A Bela e a Fera, Peter Pan e Barney e seus Amigos.

Com 1,22 metro de altura, a atriz já viu pessoas apontando e rindo de sua estatura. Em seu perfil no Facebook, publicou um depoimento sobre as dificuldades que enfrenta no dia a dia.

"Ser olhada em público tornou-se tão normal para mim que eu muitas vezes não percebo que isso está acontecendo até que afete a pessoa com quem estou. É uma experiência estranha no início, mas eventualmente você aprende a ignorá-la (...). Nós todos temos bagagem; uma pessoa com deficiência física só tem uma bagagem que não pode esconder. Uma altura ou qualquer outra coisa que não se tenha controle nunca deve reduzir o nível de amor e respeito que você tem por alguém", declarou.

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Juliana Caldas, atriz de 1,22 metro de altura

Mesmo com os olhares tortos, Juliana investiu na carreira artística e diversificou suas atividades também para a moda. Desde 2010, trabalha como modelo e faz parte de uma agência de moda inclusiva, que conta com outras profissionais com algum tipo deficiência, como paraplegia.

"Quando as pessoas descobrem que eu trabalho como atriz e modelo, elas ficam meio 'Nossa!'. Se espantam. Como atriz já estão um pouco mais acostumadas, mas como modelo se assustam, porque existe aquela ideia de modelo de 1,90 metro, magra, loira. E aí, quando olham para uma pessoa com nanismo, acham bastante diferente. [Mas ao] explicar o nosso trabalho, que é moda inclusiva, acabam achando até legal".

Desde que começou a trabalhar como modelo, Juliana já participou de editoriais e saiu na capa de uma revista. A profissão também mudou a forma com que ela enxerga e cuida de seu próprio corpo.

"Nunca saio de casa sem estar maquiada, arrumada, bem vestida. Uma dica que eu dou para quem está começando é primeiramente acreditar em si. Ter confiança no seu potencial, gostar de si. Todo mundo tem suas qualidades, tem que mostrar isso", afirmou.

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Atriz será a primeira anã de Walcyr Carrasco

Pioneira
A personagem de Juliana será a primeira anã escrita por Walcyr Carrasco para uma novela, mas o autor já tem um histórico de incluir em suas tramas casais com que superaram alguma deficiência com amor incondicional.

Em Amor À Vida (2013), Bruna Linzmeyer viveu Linda, uma garota autista. Rafael (Rainer Cadete) se apaixonou por ela, ajudou em seu desenvolvimento psicológico e em sua inserção na sociedade. Já em Caras & Bocas (2009), a atriz deficiente visual Danieli Haloten interpretou a personagem Anita. Ela e o garçom Anselmo (Wagner Santisteban) se apaixonaram e formaram uma família no final da trama.

Orgulhosa de ter sucesso em sua profissão, Juliana procura conscientizar outros portadores de necessidades especiais a se esforçarem e exigirem seu lugar na sociedade.

"Temos muito ainda que lutar. Temos muitos direitos, e há pessoas que não conhecem os direitos que têm. Vamos levantar a cabeça, nos conhecer, saber o que a gente é capaz de fazer. Eu acredito que ainda vamos ter um mundo mais com a nossa cara", declarou. 


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