Na Record, Mário Gomes reclama da Globo: ‘Não me deixaram trabalhar’

Mário Gomes fez queixa da Globo na entrevista que concedeu ao apresentador Geraldo Luis, exibida neste domingo (19) no Domingo Show, da Record. "A última vez que fiz novela na Globo não deixaram meu personagem se desenvolver. Muito doloroso. Minha participação não podia crescer", disse. O ator se referiu ao trabalho em A Favorita, em 2008.

Após chamar a atenção vendendo sanduíche na praia há duas semanas, o ator deixou claro que não virou ambulante por necessidade financeira, mas por precisar se ocupar.

"É uma tentativa de buscar um caminho, é para não ficar parado. Com o carrinho quase não tive gastos. Isso é importante, já me meti numas coisas em que gastei muito dinheiro e não deram certo", disse o veterano.

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Aos 65 anos, Gomes está afastado da TV. Seu último trabalho como ator foi no ano passado, na série Magnífica 70 (HBO). Antes, Gomes ficou quatro anos contratado da Record, entre  2009 a 2013, onde fez duas novelas.

Em sua casa na praia da Joatinga, no Rio de Janeiro, com uma vista paradisíaca, ele insinuou ter mágoa do diretor Daniel Filho, que o afastou da TV quando estava no auge da carreira.

Por outro lado, o ator disse que era como se fosse filho do Boni (José Bonifácio Oliveira, ex-diretor-geral da Globo) e também mostrou gratidão a Walter Avancini, diretor de novelas que o revelou na televisão. "Não tinha teste do sofá na minha época. Hoje, a coisa está degringolada", disparou.

Logo no começo da entrevista, o ator disse que aceitou falar com Geraldo Luis, diante do assédio de diferentes programas de TV, porque acha o apresentador engraçado e alegre.

joão Miguel Jr/TV Globo

Christine Fernandes (Rita) e Mário Gomes (Gurgel) em cena da novela A Favorita, de 2008

Boato da cenoura
Geraldo Luis citou várias vezes que Mário Gomes se abateu muito com uma mentira, o boato de que ele teria ido parar no hospital ao inserir uma cenoura no ânus. A "notícia" foi publicada pelo pasquim Luta Democrática em 1977.

"Foi uma coisa que me fez rir, foi uma coisa jocosa. Isso foi jogado em um jornal de periferia, mas não reagi de forma violenta", lembrou.

O uso de drogas por parte do ator também foi questionado, mas, apesar do alarde feito pelo apresentador, Gomes disse que sempre teve uma relação de medo com entorpecentes e que só consumiu tóxicos antes da fama.

O ator, que sofreu de síndrome de pânico, só se emocionou mesmo ao falar do pai, que tinha um transtorno psicológico.

Artesão nas horas vagas
Gomes tem um imóvel no mesmo endereço de sua casa, que é alugado e lhe rende uma renda mensal. Ele também disse que a família de sua mulher tem gado no Sul do país e ela o ajuda com as despesas. Por isso, trabalhar para ele não é só uma questão financeira.

O ator ainda mostrou móveis que fez para sua casa. "Fazer não gosto tanto, sempre rola um estresse, mas gosto do resultado. Não coloco a mão na massa só por grana, mas sempre é dinheiro que deixo de gastar. Isso conta muito."

Outro trabalho do ex-galã revelado na reportagem foi o de voluntário no Retiro dos Artistas, instituição que ampara atores idosos no Rio de Janeiro. Narjara Turetta, que por dificuldades financeiras trabalhou vendendo coco na praia, comentou o caso do ator e o seu:"O sucesso não é eterno, temos de lidar com isso".

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