'Diabólica', novela da Globo sofreu com rejeição e passou por mudança às pressas

Há 29 anos, a novela Olho no Olho (1993) chegava ao fim na faixa das sete da Globo. O folhetim escrito por Antonio Calmon não conquistou o público e sofreu rejeição por causa da trama paranormal, considerada "diabólica". A situação fez com que a autora Maria Carmem Barbosa fosse convocada para mudar os rumos da história e tentar virar o jogo às pressas.

Calmon decidiu continuar na linha de tramas fantásticas após o bom desempenho de Vamp (1991). No entanto, a aposta de abordar o embate entre o bem e o mal não saiu como o esperado.

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Até mesmo o autor se decepcionou com o resultado: "Olho no Olho é a minha novela de que menos gosto, porque existia a figura do demônio na história. Houve uma certa rejeição por parte do público".

"Além disso, minha vida particular ficou terrível na época. Nunca mais quero mexer com essas coisas negativas. Eu evito. O máximo que me permito, agora, é falar de vampiro. Figura satânica, nunca mais", afirmou o novelista em depoimento ao livro Autores, Histórias da Teledramaturgia.

O folhetim teve sua equipe de roteiristas modificada, com as saídas de Vinícius Vianna e Tiago Santiago. Maria Carmem Barbosa e Eliane Garcia foram chamadas para ajudar as colaboradoras Lilian Garcia, Tetê Smith de Vasconcellos e Patrícya Travassos. Maria foi responsável por agregar humor à história.

Olho no Olho girava em torno do padre Guido Bellini (Tony Ramos). Em Roma, o religioso ouviu a confissão de Armando (Stênio Garcia) sobre uma organização criminosa liderada por um jovem com poderes paranormais --Fred (Nico Puig). Após a morte do homem misterioso, o pároco foi tomado pela culpa e decidiu largar a batina para combater o mal.

De volta ao Brasil, Guido começou a estudar mais sobre a paranormalidade com o objetivo de desmascarar a organização liderada por César Zapata (Reginaldo Faria) e Fred. O protagonista contava ainda com a ajuda de Alef (Felipe Folgosi), um rapaz que não tinha domínio de seus poderes.

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