TORRE DE BABEL
R. Marques/TV GLOBO
Namoro de Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) sofreu com rejeição do público
Há exatos 24 anos, chegava ao fim a novela Torre de Babel (1998) na faixa das oito da Globo. O folhetim de Silvio de Abreu chocou os telespectadores ao abordar temas como drogas, violência e infidelidade conjugal. Mas foi o casal Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) que mais incomodou os conservadores.
A repercussão negativa do romance homoafetivo fez com que os rumos da história fossem alterados. O autor já tinha previsto na sinopse da trama que haveria uma explosão no shopping e que Rafaela morreria na tragédia. No entanto, Leila não estaria no incêndio.
A intenção do novelista era que, após a morte da amada, a ex-modelo se aproximasse de Marta (Glória Menezes) para que a trama pudesse discutir o preconceito em relação à amizade de heterossexuais com homossexuais.
Mas um boato de que Leila engataria um romance com Marta atrapalhou os planos do autor. A notícia mentirosa se espalhou e causou indignação no público. Para evitar uma rejeição ainda maior, Abreu decidiu usar a explosão para retirar da história os personagens que estavam sendo rejeitados. Além de Leila e Rafaela, morreu também o dependente químico Guilherme (Marcello Antony).
"Essa história que eu inventei a explosão do shopping porque a novela ia mal de audiência, isso é mentira. A novela, desde o começo era a história de um homem que queria explodir um shopping, desiste, alguém explode e a culpa cai nas costas dele", rebateu o autor em entrevista ao jornalista Tony Goés.
"Quando viram que não tinha saída, qual foi o método que a diretoria achou de fazer? Cortar as cenas. Então, a história da novela começou a ficar sem pé nem cabeça, porque cada vez que aparecia uma cena das lésbicas ou cena de violência maior, cortavam, e a história começou a ficar sem sentido", reclamou ele.
Eu pedi demissão, foi uma brigaiada, aí o elenco pediu pra eu não sair, voltei atrás, continuei escrevendo e tive que dar um jeito na história. O que me foi proibido veementemente era continuar a história das lésbicas. O que eu tenho na minha história? Eu tenho um shopping que vai explodir, então eu vou explodir esse casal junto, porque separar esse casal eu não vou.
Dezesseis anos depois, Daniel Ortiz decidiu fazer uma homenagem à Torre de Babel e fez referência à cena da explosão em Alto Astral (2014) --que também tinha Silvia Pfeifer e Christiane Torloni no elenco.
Mas o desfecho foi completamente diferente. As duas estavam no meio de um incêndio, e a personagem de Christiane assegurou que elas não iriam morrer. "Dessa vez, não", soltou ela.
Em 1998, as lésbicas interpretadas por Christiane Torloni e Silvia Pfeifer foram mortas em uma explosão na novela "Torre de Babel", pela rejeição do público. 16 anos depois, as atrizes se reencontraram na novela "Alto Astral", em outra explosão, e Torloni diz: "Dessa vez, não." pic.twitter.com/SR8NnU9ku4
— Dias de Cinefilia (@DiasdeCinefilia) May 23, 2019
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