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NA RETA FINAL

De ressurreição a vilão regenerado: Fuzuê mudou até seu DNA para evitar fracasso

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Felipe Simas caracterizado como Heitor; ele usa um terno e está sério em cena de Fuzuê

Heitor (Felipe Simas) em cena de Fuzuê; deputado teve mudança brusca de personalidade

SABRINA CASTRO

sabrina@noticiasdatv.com

Publicado em 13/2/2024 - 6h10

Numa novela, é comum que tramas planejadas inicialmente sejam modificadas ou até descartadas por completo. Afinal, como obra aberta, ela precisa se adequar ao que funciona com o público. Mas nem tudo pode ser alterado, por mais desastrosa que esteja a audiência. A história precisa ter coerência, e os personagens devem manter sua personalidade --a não ser que eles passem por uma trajetória que justifique as mudanças. Fuzuê entra em sua reta final sem seguir nenhuma dessas regras.

Fracasso de audiência desde as primeiras semanas --apesar de ter herdado o público do sucesso Vai na Fé (2023)--, a atual novela das sete da Globo só foi perdendo a lógica com o passar do tempo.

A caracterização foi a primeira a sentir o baque, algo que resultou em mudanças bruscas na personalidade de alguns personagens --como o vilão Heitor (Felipe Simas). A "ressurreição" de César (Leopoldo Pacheco) também pouco alterou o enredo do folhetim.

Miguel (Nicolas Prattes), o mocinho da história, foi quem acendeu o alerta de que a novela estava desandando. Ele era descrito inicialmente como um nerd, tímido e controlador. As roupas bem ajustadas, o cabelo sem um fio fora do lugar, a postura rígida e os óculos eram exemplos disso.

Mas, dois meses depois, o jovem tinha perdido toda a sua concepção inicial. Não havia nenhuma característica marcante nele que o diferenciasse de outros mocinhos já interpretados pelo ator.

Heitor (Felipe Simas) seguiu o caminho contrário. Vendido como um parceiro de vilanias de Preciosa (Marina Ruy Barbosa) --até para surfar no sucesso do casal que a dupla de atores viveu em Totalmente Demais (2016)--, o deputado estadual foi sendo deixado de lado.

Nas últimas semanas, ele começou a pagar de bom samaritano. Toda a corrupção que cometia no início da novela foi varrida para debaixo do tapete, e ele até se sentiu no direito de dar lição de moral para a mulher --a ponto de terminar o casamento com a ruiva.

Mas não houve uma trajetória nem uma construção que justificasse a mudança de personalidade do político. Ele até sofreu uma decepção com Preciosa, mas não seria crível mudar tão rapidamente devido a isso.

Outro personagem que teve sua personalidade aniquilada foi Francisco (Michel Joelsas). O rapaz começou a novela como um sujeito mimado pelo pai, Nero (Edson Celulari), e tinha até um pezinho na vilania, mas amadureceu rápido no decorrer da trama. Ele se envolveu com Soraya (Heslaine Vieira), e o casal ganhou a torcida de boa parte dos espectadores.

Francisco (Michel Joelsas) perdeu trajetória de amadurecimento

Francisco perdeu trajetória de amadurecimento

Com o objetivo de "forçar" um triângulo amoroso da jovem com o ex, Merreca (Ruan Aguiar), o mauricinho se tornou ainda mais imaturo do que antes. Ele chegou a trair a dançarina com outra, numa clara tentativa de deixar a disputa entre ele e Merreca menos injusta. Agora, Soraya se descobrirá grávida, e a história do trio girará em torno de descobrir quem será o pai do bebê.

Escolhas erradas em Fuzuê

Outras mudanças não são tão incoerentes, mas acabam se mostrando, no mínimo, equivocadas. Um exemplo é o fim da dupla formada por Bebel (Lilia Cabral) e o neto, Bernardo (Theo Matos). A avó se afastou do menino desde que se casou com Nero, e as cenas "fofas" entre eles fazem falta.

Algumas dessas mudanças podem ser justificadas pela entrada de Ricardo Linhares como supervisor de texto. Fuzuê é a trama de estreia de Gustavo Reiz na Globo, e o autor mais experiente se juntou ao projeto para, supostamente, ajudá-lo a adequar a trama para o público da faixa das sete. Mas sacrificar a coerência da novela não parece uma boa ideia.

A entrada de Linhares coincidiu com a "ressurreição" de César, que prometia fazer a trama parar de andar em círculos. O público supunha que a aparição do sumido traria novos mistérios --mas, no fim, a história continua girando em torno do tesouro da Dama de Ouro (Zezé Motta). Fora um embate aqui e outro ali, nada mudou.

A conclusão que fica é de que o que mais precisava ser mudado --ou, ao menos, relegado para um segundo plano-- continua ali. Agora, além de acompanhar a busca interminável e tediosa pelo tesouro, o público precisa engolir a incoerência da novela.

Fuzuê exibe seu último capítulo em 1º de março, com uma reprise no dia seguinte. A novela será substituída por Família É Tudo, de Daniel Ortiz --autor de Haja Coração (2016) e Salve-se Quem Puder (2020).


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