SEM SENTIDO
Fotos: Reprodução/TV Globo
Judith (Isabela Garcia) em cena da novela das nove da Globo; além de assassina, governanta virou suicida
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 16/5/2019 - 21h33
Atualizado em 17/5/2019 - 4h37
Com uma trajetória que mais parece um ímã de problemas, O Sétimo Guardião se despedirá nesta sexta (17) após detonar sua última bomba: a desconstrução de Judith (Isabela Garcia). A personagem de fala mansa, fiel e conselheira virou uma assassina capaz de matar amigos da vida inteira por obediência a um homem morto, revelou o capítulo desta quinta (16).
Transformar a boazinha da história em uma serial killer não constava na sinopse da novela, e tudo indica que nem na cabeça do autor Aguinaldo Silva. No lançamento da trama, no ano passado, ele disse ao Notícias da TV que estava retomando o realismo fantástico, gênero com o qual fez sucesso no século passado, porque a realidade atual está insuportável.
Sua intenção era fazer uma obra leve, divertida e distante do noticiário que o Jornal Nacional mostra antes de a novela das nove da Globo ser exibida nas noites de segunda a sábado. Porém, infelizmente, não foi o que aconteceu.
O Sétimo Guardião manteve alguns dos seus fios condutores, como a irmandade secreta, os sete guardiões e a fonte com água milagrosa. Mesmo com a queda na audiência do horário nobre e a falta de repercussão em seus primeiros meses, o rumo da trama seguiu sem investir em outras frentes até o começo de abril.
Se a cada mês que se passava de novembro para cá, o folhetim ficava cada vez mais sem sentido, a introdução de um serial killer na reta final para eliminar os guardiões teve menos lógica ainda. Ficou claro que esse "quem matou?" era um recurso para dar fôlego a uma história desgastada e que não caiu no gosto do público.
Judith morreu nos braços de Gabriel (Bruno Gagliasso) após confessar cinco assassinatos
Entretanto, eram infinitas as possibilidade de "viajar" na autoria dos crimes. Por que Valentina (Lilia Cabral) não virou essa assassina, já que é (ou deveria ser) a grande vilã da novela? Ela poderia se deliciar nesse desfecho, revelando como enganou todo mundo e mostrando os detalhes de cada assassinato.
Só que o autor preferiu virar "o carro na contramão" para bater de frente com quem sentou no sofá todos esses meses para acompanhar sua história. Não é nada agradável ver a mulher que gerou identificação --maternal, honesta, dedicada, trabalhadora etc.-- se revelar tão cruel a ponto de matar sem questionar, punindo e julgando guardiões que nem foram tão fracassados na missão que tinham.
Afinal, o fiasco na proteção da fonte deve ser agregado à gestão de Gabriel (Bruno Gagliasso) como guardião-mor e aos inimigos que ele teve de enfrentar. O jovem não deu ouvidos a ninguém, virando a cara até para quem salvou sua vida duas vezes, como foi o caso de Luz (Marina Ruy Barbosa).
A desconstrução da boazinha começou na semana em que o casarão foi invadido e a fonte secou. Ao receber a visita do fantasma de Egídio (Antonio Calloni), a governanta passou a ficar cheia de mistérios.
Por fim, a pergunta que não quer calar: se Judith é tão fiel à proteção da fonte, por que ela não matou primeiro aqueles que ofereciam risco, nesse caso Olavo (Tony Ramos) e Valentina? A resposta pode ser porque aí a novela acabaria. Melhor teria sido acabar com eles e torná-los assombrações terríveis do que transformar a boazinha em uma destruidora de famílias e da paz na pacata Serro Azul.
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