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JANETE CLAIR

Autora usou terremoto para eliminar 100 personagens e salvar novela do fracasso

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Leila Diniz e José Augusto Branco em cena preto e branco da novela Anastácia, a Mulher sem Destino

Leila Diniz (1945-1972) e José Augusto Branco na novela Anastácia, a Mulher sem Destino

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 16/12/2022 - 6h15

Em sua estreia na Globo, Janete Clair (1925-1983) foi convocada para promover mudanças urgentes em Anastácia, a Mulher sem Destino (1967), novela que chegava ao fim há exatos 55 anos. A autora recorreu a um terremoto para eliminar mais de cem personagens de uma vez e dar mais agilidade ao folhetim, que ficou conhecido como o pior da história da emissora.

Na época, Emiliano Queiroz foi convidado por Glória Magadan (1920-2001) para escrever a trama baseada no folhetim francês A Toutinegra do Moinho (1956). A história se passava no século 18, quando os republicanos foram cercados por toda a França.

Casado com Anastácia, interpretada por Leila Diniz (1945-1972), Henri Monfort, vivido por Henrique Martins (1933-2018), lutava contra a monarquia e planejou a fuga da família para o Castelo de Monfort, propriedade que tinha acabado de herdar. No entanto, ele foi preso antes de partir, deixando sozinhas a mulher e a filha recém-nascida, Henriette.

As duas foram vítimas de uma emboscada e acabaram separadas. Anastácia virou prisioneira em um navio corsário e enlouqueceu aos poucos por causa da falta de notícias da filha. Já a bebê foi criada pelos camponeses Pierre, papel de Ênio Santos (1922-2002), e Gaby, interpretada por Miriam Pires (1927-2004), que não faziam ideia de sua verdadeira origem.

A novela não caiu nas graças do público, que tinha dificuldade de entender a trama por conta do excesso de personagens. Janete Clair acabou sendo chamada pela emissora para tentar salvar a novela do fiasco completo --a autora já tinha experiência em folhetins e havia trabalhado na Rádio Nacional e na TV Tupi (1950-1980).

A dramaturga decidiu inventar um terremoto na história para matar mais de cem personagens e ainda usou como recurso uma passagem de tempo de 20 anos, dando uma guinada na vida dos sobreviventes e reajustando completamente a narrativa.

Leila Diniz passou a interpretar dois papéis na novela: Anastácia e Henriette. A filha perdida, inclusive, assumiu o protagonismo na história ao lado de Roger (José Augusto Branco), que era filho de Blanche, papel de Aracy Cardoso (1937-2017).

Apesar de não ter sido um sucesso de audiência, o folhetim reagiu após as mudanças feitas por Janete Clair. Depois de ter aceitado tal "missão impossível", a escritora permaneceu na Globo e foi responsável por novelas de sucesso, como Selva de Pedra (1972), Pecado Capital (1975), O Astro (1977) e Pai Herói (1979).


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