MARCUS VIANA
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Marcus Viana e Gusttavo Lima; autor da música de Pantanal temeu regravação de canção por sertanejos
Embora pareça mais atual do que nunca, a música de abertura de Pantanal não foi uma novidade. Assim como diversos acontecimentos na história e elementos da trama, a novela das nove da Globo manteve a letra composta por Marcus Viana há 32 anos. Antes de ser acertada para ir ao ar com a voz de Maria Bethânia, o autor da trilha original chegou a ter medo de quem interpretaria sua canção: "Já imaginou um Gusttavo Lima?", brinca o cantor.
Em entrevista ao Notícias da TV, Marcus Viana conta ter ficado com uma "alegria danada" ao descobrir que a baiana cantaria sua letra no remake. "É um ícone da nossa música, considerei uma sorte e uma homenagem", avalia.
Antes de saber da decisão da emissora, Viana revela que sentiu medo de uma possível escolha que o desagradasse. "Eu tava morrendo de medo. Já imaginou se eles decidissem por um Gusttavo Lima da vida? Um sertanejão assim não é minha praia", relembra.
Por questões de direitos contratuais, o cantor e compositor precisou aprovar o arranjo da nova versão, modificação que agradou o artista. Viana reparou, no entanto, que no início da novela, em março, a Globo acabou invertendo um trecho, reproduzindo a segunda parte da letra. Posteriormente, a edição remanejou para a ordem correta, à qual ele se refere como "posição de vida".
O cantor cita também que sentiu, no início da trama, uma rejeição do público com a nova versão, uma vez que nas chamadas da novela o telespectador ouvia a música original do folhetim da Manchete.
"Depois as pessoas se acostumaram com essa nova interpretação, que é muito linda e muito tranquila", pontua Viana, que confessa ter assistindo apenas aos primeiros capítulos da novela. "Na primeira vez foi a mesma coisa, início da história é sempre menos pessoal, sem briguinha de namorado", analisa.
Para Marcus Viana, a grande sensação do remake foi a fotografia, uma vez que expôs a realidade da região do bioma. "Me deixou ver que em 30 anos as grandes lagoas que a gente tinha em 90 secaram. O Pantanal está diminuindo. As paisagens eram verdejantes, as lagoas eram imensas, hoje são medianas, de cor ocre, tudo mais marrom", afirma.
O cantor também elogia o trabalho de Bruno Luperi, responsável pela adaptação da trama. "Excepcional. Fez coisas maravilhosas. Pantanal teve momentos grandiosos nessa releitura", classifica.
A mensagem da novela foi algo que Marcus Viana quis levar para a letra da canção à época. Mesmo 32 anos depois, o artista, que caracteriza sua composição como "atemporal", crava que não faria nenhuma modificação na letra. "Era minha alma falando da questão da ecologia, da premência que nós temos de resolver certas questões: a luta entre posteridade e prosperidade".
Por motivos da época em que foi composta, apesar de manter o teor crítico, se escrita hoje, ele afirma que usaria "novo milênio" em vez de "fim do milênio". "De resto não mudaria nada. Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão, eu afirmo", ressalta Viana, referindo-se à destruição do planeta pelo homem.
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Seca atinge Pantanal
Há quase 30 anos à frente de sua própria gravadora, Marcus Viana atualmente segue vivendo de música. Durante a pandemia, o cantor recriou um projeto chamado Meditando com Música ao Pôr do Sol, que consiste na gravação de vídeos musicais a 1.500 metros de altura, já que o artista vive em uma região de montanhas no Estado de Minas Gerais.
O objetivo é fazer quem ouve relaxar e meditar. "Na cidade grande temos necessidade de fazer silêncio. E eu fico muito feliz de produzir música para criar o silêncio entre as batidas do coração", conta.
Da experiência rendeu a ideia de lançar um novo disco com o tema do projeto. Além disso, Viana trabalha em cantadas sinfônicas ao lado do filho, João Viana. Nos próximos dias, ele se apresentará em Belo Horizonte (MG) junto a um coral lírio da Orquestra Sinfônica do Estado.
Na ocasião, ele levará para o público sucessos que também tocaram na TV em outras produções, como Um Novo Século, abertura da minissérie Chiquinha Gonzaga (1999); A Miragem, tema de Jade (Giovanna Antonelli) e Lucas (Murilo Benício) em O Clone (2001-2002); e A Saga dos Pampas, abertura de A Casa das Sete Mulheres (2003); além de temas do filme Olga (2004).
Assista a uma apresentação do cantor em seu projeto nas montanhas:
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Escrita por Benedito Ruy Barbosa, Pantanal foi exibida em 1990 pela extinta Manchete (1983-1999). O remake da Globo é adaptado por Bruno Luperi, neto do autor. A novela das nove será substituída em 10 de outubro por Travessia, trama de Gloria Perez.
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