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MAYANA NEIVA

Atriz dá expediente duplo como modelo em Ti Ti Ti e delegada linha dura na TV paga

REPRODUÇÃO/TV GLOBO E GLOBOPLAY

Montagem da atriz Mayana Neiva em cena de Ti Ti Ti e na série Rotas do Ódio

Mayana Neiva é a modelo Desirée em Ti Ti Ti e delegada Carolina na série Rotas do Ódio

Mayana Neiva atualmente dá expediente duplo na televisão. Nas tardes da Globo, a atriz está no ar com a reprise de seu primeiro trabalho nas novelas, a modelo Desirée de Ti Ti Ti. À noite, ela vive a delegada Carolina em Rotas do Ódio na TV paga. A série é exibida na Universal TV e também tem três temporadas disponíveis no Globoplay. 

As duas experiências da atriz aconteceram com sete anos de diferença e marcam papéis bem diferentes. Desirée lida com o universo da moda, enquanto Carolina chefia uma delegacia que investiga crimes de ódio.

Em entrevista ao Notícias da TV, Mayana faz um balanço sobre seus trabalhos tão destoantes. "Tenho muito carinho pela Desirée, foi minha primeira novela. Mas, de lá pra cá, acho que aprendi bastante. Muitas cenas eu teria feito diferente. Se observar os meus primeiros trabalhos, você vê que poderia ter feito melhor. Rotas do Ódio é uma série em que estou mais madura como atriz. É um trabalho mais atual, que dialoga com a conscientização. O outro trabalha o humor, o divertimento, e um pouco de leveza nesse tempo."

Com a popularidade de Desirée, a artista emendou participações em outras novelas da Globo e passou a ser reconhecida pelo público. Porém, seu trabalho como a "cinderela dos tempos modernos" ainda é tão expressivo que até hoje, dez anos após o fim do folhetim de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, a intérprete ainda é reconhecida como a modelo. 

Lembro-me de receber muitas cartas na Globo, inclusive de pessoas em hospitais. Fiquei tão feliz... Uma carta dizia: 'Eu rio tanto com você'. E agora na pandemia muita gente em casa [está] me mandando mensagens dizendo que está rindo e se divertindo"

A trama da filha de Nicole (Elizangela) conquistou o público por ser uma história de superação com pitadas de livramento de "boy lixo". No início do folhetim, a personagem era noiva do instável Armandinho (Alexandre Slavieiro). Machista, o encanador morria de ciúme de sua carreira. 

A amiga de Ariclenes (Murilo Benício) deixou o brutamontes para trás depois de levar uma rasteira de Stéfany (Sophie Charlotte) e, ainda por cima, firmou compromisso com o ricaço Jorgito (Rafael Cardoso). No entanto, a moça se mostrou completamente alheia ao dinheiro do amado e mudou sua vida apenas com as coisas que conquistou no trabalho.

"Acho que Armandinho era um relacionamento tóxico para ela. Como muitas mulheres, ela ficou presa na relação, mas se libertou. Jorgito cumpria o papel de um cara mais apaixonado por ela, mais presente e amoroso. Uma relação mais possível", reforça a atriz sobre o fim de sua personagem. 

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY 

Carolina e Julio encontram vítima

Do 'contos de fadas' para o drama

Já a série Rotas do Ódio em nada se parece com o clima cômico da novela das sete da Globo. A série de três temporadas encara a rotina de uma delegacia de crimes de ódio em São Paulo. A obra é inspirada no documentário Intolerância.doc, da roteirista e produtora Suzana Lira. 

Além de ter que lidar com a falta de verba para chefiar sua unidade, Carolina tem um nêmesis para chamar de seu. O grupo Falange Branco, liderado por Gustavo Zooter (André Bankoff), aterroriza a cidade e comete crimes contra minorias --como negros, gays, nordestinos e imigrantes.

"Lembro quando eu recebi o roteiro... Não imaginava que existissem tantos crimes de ódio no Brasil. A gente estreou na semana da morte da Marielle [Franco, ex-vereadora carioca assassinada em 2018], quando se bateu o recorde de feminicídio no Brasil. São temas que a gente precisa discutir, por mais que eles sejam difíceis", relembra a atriz. 

Para lidar com as tensões de um trabalho tão visceral, a atriz aposta na meditação para cuidar da saúde mental. Para ela, o trabalho tem rendido frutos para além da bagagem profissional. "Fico muito feliz de poder agregar um pouquinho nesse processo de conscientização", finaliza. 


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