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FELIPE CUNHA

Ator de Topíssima passa dois meses em morro para entender vida de pobre

Reprodução/Record

Felipe Cunha vive o taxista Antonio em Topíssima: personagem de novela da Record mora no Vidigal - Reprodução/Record

Felipe Cunha vive o taxista Antonio em Topíssima: personagem de novela da Record mora no Vidigal

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 22/5/2019 - 5h31

Para viver o primeiro protagonista de sua carreira, Felipe Cunha fez uma verdadeira imersão no Vidigal. O ator mineiro foi passar uma temporada de dois meses no morro do Rio de Janeiro no intuito de entender como é a rotina da comunidade. Tudo para incorporar Antonio, o taxista machão que ele interpreta em Topíssima, nova novela da Record.

"Estive muito no Vidigal, fiquei um bom tempo, pelo menos quatro ou cinco vezes por semana durante esses dois meses eu estava lá. Só não me mudei de mala e cuia e fui morar lá porque era um período [início do ano] em que o morro estava passando por algumas transformações, tinha chuva, enchente, outros problemas", justifica.

A ideia de Cunha era conhecer um pouco mais da vida das pessoas que nasceram e cresceram no morro, em uma sociedade totalmente diferente daqueles que vivem fora das comunidades. "Eu precisava escutar a música daquele lugar, o ritmo, visualizar o balanço do corpo dessa população", conta.

Claro que entrar em uma comunidade traz complicações, e Felipe Cunha logo percebeu que sua missão não era das mais fáceis. "Todos os pontos do Vidigal a que eu tinha acesso recebiam mais migrantes, porque 80% do morro é de gente que vem de fora. E eu precisava conversar com os 'nativos', porque só essas pessoas teriam a bossa que eu procurava", lembra o ator de 31 anos.

O intérprete de Antonio usou tudo o que viu na composição do taxista. "Eu construo o personagem de fora para dentro, então eu precisava entender a maneira como ele anda, como ele se veste, como ele é na comunidade, para depois ver como ele pensa, como ele fala. Por isso era tão importante ter esse contato visual."

E como foram os momentos no morro? Cunha conta que se surpreendeu com o que viu. "Pode parecer estranho, mas as comunidades têm uma organização que nós não temos. É uma sociedade integrada de verdade, eles estão ali para se ajudar. Mas é claro que tem sempre uma banana podre no cacho que estraga tudo", minimiza.

Protagonista depois de muito esforço

Apesar de ser novato no posto de protagonista, Felipe Cunha teve de ralar muito para chegar ao papel principal da novela da Record. Ele fez nada menos do que dez papéis em cinco anos até ser escalado para Topíssima --a trama também lhe rendeu um novo amor: ele está conhecendo melhor Rayanne Morais, a Graça da história.

Na Record, o ator estreou em Vitória (2014), escrita por Cristianne Fridman (a mesma da atual trama), e depois emendou uma sequência de papéis bíblicos: fez a série Milagres de Jesus (2015), Os Dez Mandamentos (2015), A Terra Prometida (2016), Apocalipse (2017), Lia (2018) e Jesus (2018).

Agora, ele se diz pronto para o peso de um protagonista. "Acho bem tranquilo. É óbvio que tem o nervosismo, a responsabilidade, mas eu procuro fazer o meu melhor. E isso não significa que vai ser bom ou ruim. Faço o melhor que posso, dou tudo o que tenho, e isso me tranquiliza. Meu compromisso não é com o bom, é com o meu melhor", filosofa.

Cunha também está preparado para as críticas que receberá. "Sempre vai ter gente falando mal, não me incomoda. Eu sou muito exigente também, sou diretor, tenho um olhar técnico sobre a coisa toda. Então ninguém vai me criticar mais do que eu mesmo. Mas acho que o público vai gostar da novela, porque ela é bem diferente do que a gente tem visto nos últimos tempos", diz.


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