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ANTÔNIO GRASSI

Ator de Chocolate com Pimenta se dividiu entre Globo e emprego no governo Lula

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Os atores Tânia Bondezan (sentada), Antônio Grassi (em pé, à esquerda) e Ary Fontoura (em pé, à direita) em cena de Chocolate com Pimenta; ela está sentada enquanto os dois, atrás, conversam olhando um para o outro e sorrindo

Antônio Grassi (ao centro) em cena com Tânia Bondezan e Ary Fontoura em Chocolate com Pimenta

ARTHUR PAZIN

arthurpazin@noticiasdatv.com

Publicado em 25/10/2022 - 6h40

Antônio Grassi se dividiu entre a Globo e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando viveu Reginaldo em Chocolate com Pimenta (2003), no ar em edição especial na Globo. O intérprete do pai de Graça (Nívea Stelmann) e Celina (Samara Felippo) na trama de Walcyr Carrasco chegou à novela para substituir Luís Melo.

O ator pensado inicialmente para o personagem precisou deixar o folhetim após sofrer uma lesão. Para seu lugar, a equipe da trama convidou, às pressas, Grassi, que agarrou o papel do pai que empurra a filha como forma de pagamento de uma dívida de jogo.

Para fazer a novela, Grassi precisou, no entanto, resolver um imbróglio. Como ele exercia o cargo de presidente da Funarte (Fundação Nacional de Arte) à época --posto vinculado ao governo--, a Comissão de Ética da Presidência da República apontou incompatibilidade, sob alegação de que ele não poderia exercer as duas funções: ator da Globo e dirigente da fundação.

Posteriormente, ficou comprovado que era possível conciliar os horários, e o ator acabou liberado. Meses antes, Grassi já havia recusado um papel em Agora É que São Elas (2003), novela das 18h que antecedeu Chocolate com Pimenta.

Antônio Grassi exerceu a função de presidente da Funarte entre 2003 e 2006, retornando em 2011 e permanecendo no posto até 2013, quando passou a ser diretor executivo do Instituto Inhotim, cargo exercido até 2018.

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Antônio Grassi e Samara Felippo em cena

Antônio Grassi e Samara Felippo em cena

Por onde anda?

O último papel de Antônio Grassi em novelas foi em Vitória (2014), na Record, emissora em que o ator interpretou seus outros quatro personagens anteriores, em Chamas da Vida (2008), A Lei e o Crime (2009), Ribeirão do Tempo (2010) e Milagres de Jesus (2014).

Em 2018, Grassi participou da série Se Eu Fechar os Olhos Agora, produção do Globoplay. Ainda no streaming, o ator deu vida a Wilson Carvana em Bom Dia, Verônica (2020), da Netflix.

Nascido em Belo Horizonte (MG) em 1954, Antônio Grassi se formou em Ciências Sociais e começou como ator ainda nos anos de 1970, no Teatro de Pesquisa, na capital mineira, em que atuou em peças ao lado de José Mayer. Na TV, Grassi estreou em Carmem (1987), novela de Gloria Perez na extinta TV Manchete (1983-1999).

O ator chegou à Globo em Mandala (1987), trama de Dias Gomes. Na emissora carioca, ele atuou em 12 novelas e sete minisséries, além de participações em séries e em duas temporadas de Malhação (1995-2020), entre 2000 e 2001.

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Antônio Grassi em Malhação

Antônio Grassi em Malhação

Entre os folhetins em que marcou presença estão O Salvador da Pátria (1989), Tropicaliente (1994) e as minisséries Memorial de Maria Moura (1994) e Chiquinha Gonzaga (1999). Fora da Globo, ele também participou de Olho por Olho (1988) e Mandacaru (1997), na Manchete, de Estrela de Fogo (1998), na Record, e de Paixões Proibidas (2006), na Band.

Na política, Grassi também exerceu outras funções além da Funarte e do Instituto Inhotim. O ator foi secretário estadual de Cultura do Rio de Janeiro em 2002, mesmo período em que foi presidente do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e vice-presidente do Fórum Nacional de Dirigentes e Secretários Estaduais de Cultura.

Grassi também foi curador do Brasil em duas edições da Quadrienal de Praga, sendo vencedor da triga de ouro em 2011 no evento, realizado na República Tcheca, dedicado à arte da cenografia no mundo. Longe da TV, Antônio Grassi também se dedica atualmente ao comando de uma livraria, que tem em sociedade, em Lisboa, Portugal.

Chocolate com Pimenta substituiu O Cravo e a Rosa (2000) na faixa de edições especiais da Globo. Também escrita por Walcyr Carrasco, a trama foi ao ar originalmente em 2003 e já ganhou três reprises. A mais recente foi em 2021, no canal Viva.


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