NÃO É TÃO REAL
Reprodução/TV Globo
Camila (Jéssica Ellen) em cena de Amor de Mãe; professora é a única que aparece na escola pública
MÁRCIA PEREIRA
Publicado em 18/1/2020 - 5h52
Amor de Mãe tem um colégio público em que só aparecem meia dúzia de alunos engajados, uma professora que quer mudar a situação deles e uma diretora carrasca. A limitação na história não se resume ao núcleo estudantil. A falta de bares para todos os tipos de perfis de personagens está entre os deslizes da trama escrita por Manuela Dias.
Lídia (Malu Galli), personagem rica e que não tem nada de hippie, apareceu outro dia fazendo um barraco em um barzinho simples do fictício bairro do Passeio. A madame da zona sul do Rio de Janeiro foi a um "pé sujo" da zona norte para que o público tivesse certeza de que seu namorado, Tales (Alejandro Claveaux), é um golpista especializado em passar a perna em mulheres mais velhas.
Ela acreditou que Jane (Isabel Teixeira) era uma ex-namorada que persegue o personal trainer. Essa é outra parte da história de Lídia que não combina, afinal ela é uma mulher estudada, experiente e que sabia muito bem que tinha um marido que a traía quando a novela começou.
Mas, tudo bem, faz de conta que a madame se apaixonou e está cega de amor. O problema é ela frequentar um lugar que não tem nada nada a ver com seu perfil social. A dondoca é do tipo faz questão de falar que nasceu em berço de ouro e mantém distância das pessoas que não pertencem à sua classe.
A forma como ela tratava a empregada Penha (Clarissa Pinheiro) e como se referiu a Sandro (Humberto Carrão) ao pedir para o filho, Vinícius (Antonio Benicio), não se relacionar com o irmão ex-presidiário deixaram isso bem evidente.
A novela das nove tem como opção estética e estrutural ser o mais real possível, mas estão faltando ingredientes para essa fórmula não ficar capenga.
Camila (Jéssica Ellen) desabafa problemas do ensino e da falta de segurança com sua família, não tem sequer uma colega professora ou uma inspetora de alunos para falar mal da diretora corrompida por Álvaro (Irandhir Santos), Eunice (Dida Camero). Não tem nenhum aluno revoltado também. Todos estão sempre prontos para abraçar as campanhas feitas pela educadora. Isso é perfeito, mas não é real.
O público tem de "voar" para achar todas as coincidências da história normais, mas essa é uma tarefa fácil para os noveleiros. Os telespectadores não costumam fazer queixas desse tipo, a não ser que a história fique sem sentido.
Esse ainda não é o caso de Amor de Mãe, mas soa estranho esses pecados em uma história tão rica em detalhes para gerar identificação em quem está em casa.
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